
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / CRUZEIRO E.C.
Com três jogos sem vitória, o Cruzeiro tem um início de temporada conturbado e o reflexo disso foram as vaias do torcedor no Independência na última terça-feira, após perder por 1 a 0 para o Pouso Alegre. Na terceira colocação do Grupo C do Campeonato Mineiro, a equipe precisa voltar a vencer para não correr o risco de ser eliminada ainda na fase de grupos. Ciente dessa dificuldade, o goleiro Rafael Cabral participou de coletiva na Toca da Raposa II nesta sexta-feira e falou sobre o momento ruim, a pressão de se jogar no clube e projetou o clássico de segunda-feira, diante do Atlético-MG.
Confira os principais pontos:
Três partidas sem vitória
“A gente tem que trabalhar como sempre trabalhamos desde o ano passado com essa comissão técnica e pensar jogo a jogo que é nosso foco sempre. Somos uma equipe trabalhadora e isso está se formando também com esse grupo. Temos que controlar aquilo que podemos controlar e chegar em campo e colocar em prática. Somos competitivos, não gostamos de perder, sabemos da nossa responsabilidade que quando perdemos o dia do torcedor não é feliz, então também não ficamos. Quando perdemos demora demais o próximo jogo, o que queremos é entrar logo em campo e mostrar a equipe que nós somos.”
Pressão no clássico e vaga na Copa do Brasil pelo Mineiro
“Não é que chegamos pressionados no clássico, quando você joga no Cruzeiro tem que estar no máximo do seu nível. Um jogo muito ruim que fizemos teve toda repercussão. Ano passado jogamos 60 jogos, fizemos três ou quatro jogos ruins, e esse ano fizemos um jogo ruim e faz parte. Temos uma expectativa alta pra esse ano, depende do meu trabalho no dia a dia, trabalhar muito e jogar no Cruzeiro o nível de pressão é alto. Estamos acostumados e quem é mais jovem vai aprender. O que aconteceu no jogo passado de vaia faz parte do crescimento. Momentos difíceis fazem o grupo e jogadores mais fortes. Sabemos da nossa responsabilidade e jogamos pra vencer.”
Time sendo vazado em todos os jogos até aqui:
“Acho que é responsabilidade minha também como goleiro, tomar menos gols. Trabalhamos para não tomar gols, é um incômodo que todos devemos ter. Tanto do ofensivo quanto defensivo, a maneira que jogamos depende de todos estarem encaixados. Deve ser analisado a maneira que tomamos os gols. Quando tomamos um gol tomamos todos, quando fazemos, fazemos todos. Vemos o futebol moderno hoje, é a equipe que vence o jogo, está cada vez menor o jogador sozinho decidir. Tenho certeza que faremos um grande ano com muito trabalho.”
Tamanho da importância do clássico no atual cenário de instabilidade:
“Todo jogo é uma honra estar em campo, poder jogar um clássico como esse mais ainda. Todo atleta quer jogar jogos desse nível, poder jogar contra o Atlético com nossa torcida em campo, é algo que não vivi ainda. Encaro como uma excelente oportunidade, entrar em campo, dar a vida, o torcedor ver a gente correndo, vencer o jogo. Então, encaro como uma excelente oportunidade. Em relação sobre a pressão, ela é por si só, só de vestir a camisa do Cruzeiro você sabe que tem essa pressão.”
Ainda não ter vencido nenhum time de Série A:
“A gente se incomoda em perder. Perder é que tira a gente do sério, que tira o nosso sono, independentemente de contra quem seja. Ganhamos de Bahia, Grêmio e Vasco, times que tem história de Série A. Perdemos pro América-MG e pro Atlético, mas também não jogamos tantos jogos assim contra times de Série A. O Cruzeiro é um time de Série A, esse ano vamos jogar a Série A e faremos um campeonato a altura do clube.”
Sobre poder terminar a rodada na lanterna do Grupo C:
“Não vivo de “se”. Podemos ser últimos ou primeiros. Controlo aquilo que nós podemos controlar, que é trabalhar e se dedicar. Nos preparar para o jogo, dar a vida, representar a torcida e sair de lá feliz. É isso que podemos controlar e o que vamos fazer.”
Montagem do elenco, reformulação e rendimento ainda abaixo do esperado:
“Pode ser até estranho, mas acho melhor do que eu esperava. Tivemos não sei quantas mudanças, parece fácil, mas todo mundo que chega de outro clube vem com ideias de outros lugares. Vem com uma característica diferente de jogar, com ideias daquilo que o treinador que ele jogava pedia. Quando cheguei também tive dificuldades no início para adaptar e entender o que o treinador queria. Isso é natural, estou no dia a dia e vejo o quanto o nosso time corre, os movimentos, como estamos treinando, o entendimento dos jogadores novos que chegaram. Eu pensava que seria mais difícil do que está sendo, não falo de resultado e sim performance e entendimento. O resultado as vezes esconde e esse é um novo degrau que temos que alcançar. Mesmo quando jogamos mal não conseguimos ganhar jogo, essa é a diferença que quando jogamos mal não conseguimos alcançar. Não é fácil responder tudo isso, mas quem tá aqui tem essa convicção e ela tem que ser passada dentro de campo.”