
FOTO: CRUZEIRO / TWITTER OFICIAL
O centroavante Rafael Elias, mais conhecido como “Papagaio”, foi apresentado na tarde desta quarta-feira (02) no Cruzeiro, em entrevista realizada na Toca da Raposa II. O jogador é uma das sete contratações feitas pelo clube nessa janela de julho e chega com a missão de marcar gols, algo que o ataque vem mostrando dificuldade em fazer.
Papagaio disputará posição com Gilberto, já que Henrique Dourado acertou sua saída do clube na última terça-feira. Assim como Dourado, Gilberto vive um jejum de gols com a camisa do Cruzeiro, não marcando desde maio, no duelo contra o América-MG, onde a equipe venceu por 4 a 1.
Durante a entrevista, o atacante falou sobre sua passagem nos Emirados e lembrou do momento de dificuldade que viveu no clube, quando quebrou o braço e acabou ficando vários meses afastado:
Foi uma experiência muito boa que eu tive nos Emirados. Muitos falam que o campeonato é fácil, que o campeonato deve ter um nível técnico abaixo, mas quem jogou lá pode falar melhor. O próprio Gilberto passou lá, o Ramiro, o Matheus também que chegou e estava lá. É um campeonato muito físico, a gente aprendeu bastante lá. Quebrei o braço e fiquei quatro meses afastado, mas muito feliz de estar aqui agora, um desafio, se não, um dos maiores desafios da minha carreira. Eu sei o que posso entregar, estou pronto, com muita maturidade agora, então espero dar muitas alegrias para a torcida e não vejo a hora de estrear, ver o Mineirão cheio e balançar a rede o mais rápido possível.
Confira outros trechos da entrevista:
Passagem de destaque pelo Ituano na Série B do ano passado:
O Ituano para mim foi uma das melhores fases que eu tive, profissionalmente falando. Eu saio do Ituano, não termino a Série B, tenho a proposta do Emirados, acabo aceitando a proposta, mas esse é o nível, quem me acompanhou na Série B viu. Um jogador bastante intenso, boa velocidade, busco sempre estar ajudando meus companheiros. Creio que esse é um pouco do que eu tenho para apresentar. Minha capacidade, meu potencial está muito mais elevado do que quando eu era mais jovem. Espero que as oportunidades que eu tiver correspondam à altura e ajudem o Cruzeiro.
Período sem oportunidades após subir aos profissionais do Palmeiras:
Para mim foi o divisor de águas, essa passagem minha no Ituano. Tive pouquíssimas oportunidades onde passei. Pode ser por falta de maturidade, tempo de jogo, os lugares que eu passei podem falar melhor. Todo lugar que eu cheguei eu sempre trabalhei muito forte, sempre me dediquei 1000% em todos os lugares que eu passei. Mas isso não cabe a nós e sim a quem está na beira do campo, que escolhe o jogador que vai entrar, que vai dar oportunidade. O que eu demonstrei no Ituano, a minha forma de jogar coletivamente, individualmente, é isso que me trouxe até aqui. A gente acompanha o mercado, viu o tanto de propostas que eu recebi, mas quando eu tive a do Cruzeiro eu não pensei duas vezes. É uma camisa muito pesada e eu acredito no projeto e acredito onde a gente pode chegar.
Sobre ser o “homem gol” da equipe:
O homem gol sempre teve. Temos Gilberto, tem Dourado, são caras que tem uma carreira excepcional, que são referência na posição. Venho aqui para ajudar, para somar. Como o Matheus falou, ninguém vai vir aqui para salvar a pátria, para ser o herói, a gente vem aqui para somar com o projeto, para ajudar o professor, ajudar o elenco. Tudo gira em torno do coletivo, não do individual, mas eu estou pronto para dar o meu melhor, a gente também não pode achar que vou entrar e vou fazer dois, três gols por partida, se for assim, ótimo, mas eu vou trabalhar para ajudar meus companheiros acima de tudo. Se for fazendo gol, se for baixando a linha para marcar, se for roubando bola, o mais importante é ajudar. A Instituição é o mais importante, quem vai fazer gol, para mim, pouco interessa, o que importa é os três pontos, e o Cruzeiro está brigando lá em cima, onde é seu lugar.
Características de jogo:
Sou um centroavante que busca dar bastante mobilidade na frente, busca dar bastante intensidade, atacar bem a profundidade. Ainda não tive essa conversa com o professor da maneira que ele gosta que atue, a gente está também no processo de readaptação, vale ressaltar que eu estava de férias no Emirados, tinha um problema no braço que eu acabei fazendo uma cirurgia e perdi quase 25 jogos da temporada. O mais importante para mim é encaixar dentro do contexto do grupo, casar as características dos jogadores que estão ali e creio que isso vai fluir com mais facilidade.
Experiência após sair do Brasil:
Acho que é a maturidade. Quando você começa a sair, rodar, você vai vendo outros estilos de jogo, vai vendo onde você tem que aperfeiçoar. O divisor de águas pra mim foi o nascimento das minhas filhas. Eu entendi que tinha que mudar muitas coisas. tinha que ser um homem melhor, ser um atleta melhor, um pai melhor e acho que a partir disso também comecei a treinar mais, me dedicar mais. Acho que isso que foi o diferencial pra mim, ter esse discernimento de treinar mais do que se pedia.
Essa será a segunda passagem de Rafael Elias por Belo Horizonte. Revelado pelo Palmeiras em 2018, após se destacar nas categorias de base, o jogador não recebeu muitas oportunidades e acabou sendo emprestado ao Atlético-MG no ano seguinte. Por lá, também atuou pouco, entrando em apenas sete jogos, sempre vindo do banco. No segundo semestre acertou com o Goiás, onde também pouco atuou, apenas quatro partidas.
Após retornar ao Palmeiras, ainda defendeu o Cuiabá, por empréstimo, em 2021, com um gol marcado em 11 jogos. Foi no ano passado que o jogador conseguiu seu primeiro bom momento entre os profissionais. Atuando pelo Ituano na Série B e no Paulistão, marcou 15 gols e deu duas assistências. Ao fim do seu empréstimo, foi atuar na Arábia Saudita.