O técnico Fernando Diniz comentou que a derrota por 3 a 0 para o Athletico-PR, neste sábado (26), na Ligga Arena, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, provocou forte insatisfação nos jogadores do Cruzeiro. Segundo Diniz, esse resultado negativo, que estende a sequência de jogos sem vitórias da equipe na competição, pode se tornar um marco decisivo para o restante da temporada.
De acordo com Diniz, o Cruzeiro teve melhores oportunidades de vencer em seus primeiros jogos, apesar de reconhecer que a equipe não rendeu bem na última quarta-feira. Ele explicou que a escolha de poupar alguns atletas neste sábado foi estratégica, pensando na “super decisão” da próxima quarta-feira. Diniz também destacou que o time escalado treinou intensamente e estava preparado, mas que a expulsão no jogo acabou mudando totalmente o panorama da partida.
“Com um mês de trabalho e poucos jogos, eles tiveram características diferentes. Teve jogos que merecemos ganhar, principalmente dos quatro jogos iniciais, tivemos mais chances de ganhar do que empatar ou perder, e quarta-feira fizemos uma partida muito ruim perto daquilo que tínhamos que fazer com o apoio da torcida. Hoje, obviamente após a expulsão jogando com um time pensando a estratégia em quarta-feira, eu faria igual, no sentido de preservar os jogadores. Tivemos um jogo no meio da semana e jogar aqui no sintético é um desgaste diferente. O time treinou muito bem, e a expectativa era produzir um jogo de qualidade com chances de vitória.”
“Com a expulsão mudou totalmente o jogo, os jogadores se dedicaram na marcação, não cedemos muitas chances ao Athletico no primeiro tempo. Tomamos um gol de um cruzamento numa jogada que a gente sabia que eles faziam e no segundo tempo a estratégia era fazer um jogo mais alongado para ganhar segunda bola e depois dos 10,15 minutos a gente tentar arriscar um pouco mais e sabíamos que teríamos duas ou três chances como tivemos. A partida de hoje foi muito decidida por esses dois eventos (expulsão e segundo gol no início) na minha opinião.”
Diniz destacou como ponto positivo a postura indignada dos jogadores, ressaltando que houve uma forte cobrança entre eles ainda no intervalo e também depois do jogo. Após a “reunião” no vestiário, os atletas saíram do estádio sem falar com a imprensa.
“Acho que o que teve de positivo no jogo foi a indignação. Já teve cobrança no intervalo, depois do jogo e principalmente os jogadores entre eles. Isso foi um fator positivo, uma cobrança saudável e forte dos jogadores indignados com o momento que estamos vivendo.”
Diniz acredita que situações como as de hoje, com todas as circunstâncias envolvidas, servem para fazer a equipe deixar de ser neutra e, dessa forma, evoluir ou piorar de vez. O treinador acredita que por tudo que vem ocorrendo, a tendência é de que a equipe evolua:
“Acho que é uma construção que está acontecendo. As coisas não acontecem do dia pra noite. É uma construção que leva uma convicção, uma fé, como o Mattos anunciou na fala dele que temos chances muito claras na Argentina. Vai ser uma partida dura, um adversário tradicional que sabe jogar bem as Copas, esses eventos que acontecem a equipe nunca fica a mesma. Ou melhoramos ou pioramos e acredito muito na melhora da equipe com tudo que vem acontecendo.”
Diniz também observou que houve falta de foco tanto na quarta quanto neste sábado, o que contribuiu para os desempenhos insatisfatórios em ambos os jogos. Ele enfatizou a necessidade de a equipe retomar a criação de oportunidades de gol e, mais importante, de aproveitá-las para melhorar os resultados:
“Acho que teve um problema de falta de foco mesmo, tanto na quarta-feira como hoje. Em relação as chances, temos que criar e fazer os gols. O jogo de hoje não serve como parâmetro e também na quarta produzimos pouco. Nos outros jogos tivemos uma quantidade de chances bem maior e não soubemos aproveitar. Temos que voltar a criar e na hora que as chances aparecerem convertê-las em gol.