Em uma noite emocionante, o Cruzeiro garantiu vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana após empatar em 1 a 1 com o Libertad, do Paraguai, no Mineirão lotado. Com o resultado, a equipe mineira fechou o confronto com um placar agregado de 3 a 1, avançando para enfrentar o Lanús, da Argentina, na próxima fase. A partida foi marcada pela expulsão de um jogador cruzeirense no segundo tempo, o que dificultou o desempenho da equipe.
Após o apito final, o novo técnico Fernando Diniz, que fez sua estreia no comando da Raposa, concedeu sua primeira coletiva de imprensa. O treinador fez uma análise detalhada do confronto, destacando a importância da classificação e da postura do time, que soube lidar com as adversidades.
Diniz ressaltou a importância da expulsão para o desenrolar do jogo. “De fato, a expulsão mudou o que era o jogo. Eu gostei da equipe na parte de construção, criamos muitas chances, podíamos ter feito mais gols e o placar ficar um pouco mais folgado”, afirmou. Ele destacou a dificuldade de manter o ritmo após perder um jogador, especialmente diante da característica do adversário, que apostou na bola aérea com dois atacantes altos.
Ainda assim, o treinador viu méritos na postura de seus comandados:
“Foi uma classificação merecida. A equipe conseguiu se ajustar da maneira que estava e soube controlar o jogo.”
Diniz também falou sobre a emoção de comandar o Cruzeiro pela primeira vez, destacando a ligação familiar com o clube. “É uma emoção grande, é o time que meu pai torcia e isso influenciou toda a família. Dirigir um time do meu estado é uma grande alegria”, revelou.
Por outro lado, o técnico mencionou o pouco tempo que teve para trabalhar com a equipe, elogiando o trabalho do ex-treinador Fernando Seabra e sua comissão.
“Além da expulsão, não deu (tempo) pra treinar quase nada. A gente tentou aproveitar o trabalho do Seabra principalmente pra ajustar com a ajuda do Wesley e levar o jogo até o final. Essa pressão ocorreu condicionada à expulsão.”
O autor do gol cruzeirense, Kaio Jorge, foi elogiado por Diniz, que destacou a qualidade e o potencial do jovem atacante.
“O Kaio, pra mim, é um jogador de excessão. Existe um problema pra mim, jogador que é muito jovem e vai pra Europa, sem ter passado na Seleção Principal, tem um processo de adaptação e começa a ser emprestado. Kaique do Fluminense, Renier do Flamengo, Kaio Jorge, Rodrygo, Vinicius Junior. Vão e retornam de maneira precoce. Se ficassem mais aqui e saíssem com um pouco mais de projeção talvez tivessem a chance de ir pra equipe principal dos times que foram contratados. Esse tempo de amadurecimento foi bom pro Kaio, um jogador muito técnico, um 9 que eu gosto muio, muito móvel e eu tenho convicção que ele vai dar muita alegria pra torcida do Cruzeiro.”
A atuação do Cruzeiro em campo foi marcada pela dedicação, e Diniz fez questão de elogiar a entrega de seus jogadores e a participação da torcida. “O grande craque é a torcida. O empate aconteceu pela torcida, que não merecia a derrota. Eles vão ser importantes para a nossa caminhada”, declarou, reforçando o papel decisivo do apoio nas arquibancadas.
Agora, com o Cruzeiro classificado para as semifinais, Diniz projeta um futuro promissor para a equipe.
“Eu na realidade acho que, como eu disse, as coisas mais importantes não é a coisa tática. Das coisas que eu queria, eles fizeram. Espero que diante do Vasco a gente consiga melhorar. Foi um time que teve muita vontade, corajoso e muito solidário. Essa é a cara que eu quero do Cruzeiro.”
Sobre a forma como foi conquistada a classificação, Diniz ressaltou que o sofrimento faz parte e serve até como um tipo de “treino” a mais.
“Significa bastante coisa. A classificação diante do Boca foi díficil, sofrida. Essa dificuldade a gente não queria (a expulsão), mas de alguma forma foi um treino a mais pro Cruzeiro, passar por isso. A gente perdeu um jogador e ganhou mais a torcida do nosso lado. Essa expulsão foi a chance da torcida mostrar que ta do lado do time e jogando junto. Vamos retribuir aquilo que a torcida do Cruzeiro merece.”