FOTO: DIVULGAÇÃO / CRUZEIRO E.C.
O atual diretor de planejamento do futebol do Cruzeiro, José Carlos Brunoro, em entrevista ao programa Esporte em Discussão, da Jovem Pan, explicou quais fatores foram essenciais para convencer o técnico Luis Felipe Scolari, de 71 anos, a assumir o Cruzeiro diante do momento tão delicado que o clube atravessa nos bastidores e também na Série B do Brasileiro, onde ocupa a zona de rebaixamento.
Nós tivemos num primeiro momento uma negativa do Luis (Felipão), tivemos um call com ele, o presidente e o Deivid, que é o diretor de futebol. O presidente explicou a situação do Cruzeiro e ele (Felipão) pediu meia hora para responder e disse não, comentou.
Brunoro explicou que após a primeira negativa teve conversas com o presidente Sérgio Santos Rodrigues e Deivid para traçar uma estratégia que tornasse viável a contratação do treinador. Para tal, a ideia de um contrato de três anos foi apresentada como um atrativo para que Felipão topasse o desafio, além da viagem da cúpula celeste para se reunir de forma presencial com o treinador e seu staff para, assim, falar “olho no olho” sobre o projeto em discussão.
Presidente, e se nós falarmos em um projeto de três anos – o seu mandato, pra um técnico trabalhar, mesmo que ele não consiga a Série A esse ano, a gente programar um Cruzeiro forte para 2022, e só pode ser uma pessoa do porte do Felipe, acostumado a desafios e uma bagagem por trás enorme. (…) Voltei a falar com o Machado, empresário dele, e eles compraram a ideia principalmente dos três anos, ressaltou.
Além do contrato de três anos, o dirigente explicou que Felipão terá algumas garantias não propriamente de um processo financeiro, mas de trabalho. Com a ideia de um Cruzeiro construído de forma diferente, para chegar em 2022 vislumbrando um clube que não viva somente do passado.
Consegui fazer uma nova reunião com Felipe, presencial, olhando no olho, e convencê-lo de que está entrando numa situação difícil mas que conseguiremos reverter com a experiência dele, do Deivid e de todos. Foi realmente esse mote de um trabalho de três anos onde o Felipão será fundamental nesse processo, preparando novos treinadores, um trabalho de interseção da base com o profissional, isso estou comandando um pouco, e deu tudo certo, concluiu.
O dirigente também foi questionado se o treinador receberá de uma empresa privada, já que no momento do seu anúncio foi noticiado de que o Supermercados BH, rede de supermercados comandada por Pedro Lourenço, conselheiro e principal parceiro da Raposa nos últimos investimentos estaria ajudando no aporte financeiro para chegada do profissional e sua comissão técnica. Brunoro descartou.
Ele vai receber do Cruzeiro. A garantia que ele quer não é salário, são os três anos de trabalho. A única coisa sendo franco como sempre fui, foi uma multa rescisória muito alta, para que não haja parada nesse meio tempo. Mas não vai ser necessário porque temos uma mentalidade de fazer uma coisa nova. A única coisa que pode apagar esse passado negro do Cruzeiro é uma coisa nova melhorada, finalizou.
Brunoro ainda criticou os novos diretores executivos que, na visão dele, se escondem atrás das demissões muito rápidas. O dirigente fez questão de destacar que sempre trabalhou pelo menos dois anos com os treinadores que contratou.