É A BASE, OU O MANO?

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Foto: Flickr Oficial / Cruzeiro

Em entrevista ao portal Superesportes, quando questionado sobre a utilização da categoria de base do clube, o vice-presidente de futebol – remunerado – do Cruzeiro, fez severas críticas a formação da instituição. E aqui você já deve estar pensando: lá vem o Genta atacando o Itair, mas dessa vez não. Acreditem, eu concordo com ele! Mas – e sempre tem o “mas” – faltaram alguns detalhes que vou elucidar para você leitor.

A base do Cruzeiro nem sempre foi (ou é) mil maravilhas. Quando estive por lá, faltava material esportivo para a garotada, a supervisão da Toca II, apesar de ter sempre o seu depósito cheio, não repassava uniformes de jogo, de treino e mais uma série de equipamentos para o CT responsável por formar os jogadores do nosso futuro!

Realmente, os campos da Toca I são um pouco problemáticos, mas isso se justifica, pois são várias categorias para treinar, várias vezes por dia. Assim, não há gramado que aguente. Para solucionar esse problema, por exemplo, em 2007, na administração do Ricardo Drubscky, colocaram em um dos campos de treino grama sintética, foi uma beleza. Mas, como tudo nessa vida, ela tem um tempo de duração, de 10 a 13 anos, então… 2007 + 10 = 2017, chegou a hora de trocar.

O que me espantou e muito foram os “milagres” que aconteceram dentro da Toquinha. Ao invés de valorizar e procurar enxergar o copo “meio cheio”, o “Florentino Pérez de Ipatinga”, colocou defeito em tudo, TUDO mesmo e eu pergunto a você leitor, como nossos garotos do sub-20 conseguiram conquistar: Copa São Paulo em 2007, Os Brasileiros de 2007/10/12/17, Supercopa do Brasil em 2017, Taça Belo Horizonte de 1985/93/95/01/04.

Ainda tem os torneios internacionais. Na Holanda conquistamos os seguintes torneios: Terborg (6 títulos), ADO Den Haag (3 títulos), Haia (1 título). Nos EUA, ganhamos a Copa Dallas (2010). E olha que ser campeão na base não significa muita coisa, hein?! Talvez, a única explicação plausível seja mesmo de que aconteceram vários milagres.

Mas os atos divinos não param aí, vamos ao que importa. Quem teve passagem pela nossa base e vingou? Só contando esse novo século: Lucas Silva, Jonathan, Maike, Dudu, Guilherme, Maicon lateral, Rafael, Brazão, Maicon zagueiro, Gomes e mais um montão de atletas que foram vendidos ainda na base, como o Maxwell. 

Talvez, e só talvez, possa ser por competência dos profissionais que estavam na Toquinha, que se dedicaram e trabalharam duro para ensinar os fundamentos do futebol, a tática, a técnica, o posicionamento em campo. Pessoas que realmente prepararam esses garotos para serem atletas profissionais de futebol.

Tem também a parte do treinador do time principal, não podemos esquecer. Ele tem que saber fazer a transição da categoria de formação para o profissional, ter a coragem para lançar o menino, passar confiança e acreditar que se chegou, é por que tem potencial!

O torcedor precisa entender o quanto o seu papel é importante em todo esse processo. É preciso ter paciência com a garotada, apoiá-los. Eles vão errar, mas até os mais experientes erram! E quando vier o erro, vaiar não ajuda em nada, intimida, tira a confiança e o futebol do menino não aparece.

Nossa, quase me esqueço de um detalhe. O vice presidente executivo remunerado do Cruzeiro, Itair Machado, detonou com nosso centro de formação, mas esqueceu de falar que praticamente entregamos sem custos o Tonny Anderson para o Grêmio, que liberamos Vander e Lucas Soares de graça (é de cair o cu da bunda) e que o Vitinho foi vendido por uma mixaria graças a falta de zelo em renovar seu contrato.

Então “Florentino Pérez de Ipatinga”, deixo aqui a pergunta: o problema é a base, que você com veemência a transformou em um pardieiro ou a turma da Toca II que não da oportunidade para os meninos?

Já falava meu avô: “Até papagaio fala”.

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