E A LIBERTADORES?

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E A LIBERTADORES?

A CONMEBOL trabalhou arduamente esse ano. A missão era uma só: colocar na final da Libertadores seus “protegidos”. O trabalho foi bem feito e atingiu o objetivo, enfiaram para decidir a competição sul-americana, a última final disputada em ida e volta, Boca Juniors e River Plate.

Mas o ditado popular todos nós conhecemos, aqui se faz, aqui se paga! E todo o trabalho realizado pela entidade foi todo por água a baixo justamente no jogo derradeiro, na grande final, na menina dos olhos da CONMEBOL.

A torcida do River aprontou um quiproquó na peleja decisiva contra seus arquivais, resultado? Jogo adiado indefinidamente. UM VEXAME a nível continental – e bem feito!

Ah?! Por que eu chamo os argentinos de protegidos? É simples de ver.

Em número de títulos, os argentinos conquistaram 24 vezes o título, em segundo lugar, nós tupiniquins com 18 conquistas e na terceira colocação os uruguaios, com 8 títulos. Ainda tem os paraguaios e colombianos com 3 canecos para cada país e por fim chilenos e equatorianos, com uma Copa para cada.

O grande time, pica das galáxias da copa, é o Independiente, campeão 7 vezes! De onde? Argentina. Seguido pelo Boca (ó! Argentino!) com 6 títulos. Agora olhem que curioso! O futebol brasileiro, maior conquistador de Copas do Mundo, que tem um dos campeonatos mais competitivos do planeta e que revela os jogadores mais talentosos que existem no esporte bretão, não chegam nem próximo do feito dos hermanos. Aqui, Santos, Grêmio e São Paulo são os nossos recordistas –  cada um com 3 títulos.

Um fenômeno no mínimo curioso! Algo que beira o milagre! Temos os melhores atletas e times, o campeonato mais competitivo da América do Sul – algo que eu acredito ser indiscutível na crônica esportiva – e aí os fodões da Copa Libertadores são os argentinos e só eles? COMO???

Vamos a algumas evidências que eu mesmo pude vivenciar:

2009, fase de grupos da competição. Estudiantes em situação difícil no grupo, recebeu o Cruzeiro em La Plata e precisava vencer de qualquer maneira. Até mesmo um empate tiraria os Hermanos da fase de mata-mata. Sabe o que o aconteceu? O ônibus que fez o traslado da delegação do Cruzeiro de Buenos Aires até La Plata, ficou “perdido” na estrada. Eduardo Maluf, que era o diretor de futebol da raposa naquela época, protestou juntamente a CONMEBOL que… deu de ombros. Nossa equipe nem aquecimento fez para ir para o jogo. Resultado? Vitória dos argentinos.

2010, Velez e Cruzeiro. O time gringo desceu a porrada em nossos atletas dentro de campo. Da “medalhinha pra baixo” era canela e o arbitro só mandava seguir o jogo. Mas nossas faltas eram todas punidas com amarelos e vermelhos. O resultado? Outra derrota celeste, 2 a 0. E não bastasse isso, a torcida adversária não estava satisfeita e tentou invadir o vestiário dos nosso jogadores. Uma situação tensa e sem nenhuma punição.

2011, novamente encontramos o Estudiantes na fase de grupos. Em Sete lagoas trucidamos os caras, 5 a 0. No returno, em La Plata, tinha um papo que eles iriam poupar vários atletas para a partida e logo que a equipe chegou ao estádio para fazer seu treinamento entendeu o motivo: o gramado do estádio onde o confronto iria se realizar estava em petição de miséria.

Há poucos dias da partida a banda U2 fez um show no local da “batalha”. Para preservar o piso onde a pelota rola, a administração retirou todo o gramado – isso mesmo, você não leu errado e nem estou doido – e depois do evento recolocaram o piso, ficou ó, uma bosta! E para dar uma disfarçada encheram o campo de areia, parecia uma praia sem mar, um absurdo. O Cruzeiro não se calou e o solicitou à CONMEBOL que a partida fosse realizada em outro estádio… o fim da história é previsível. A entidade mais uma vez deu de ombros.

Essas adversidades que acabei de relatar aconteceram recentemente, numa era que as transmissões das partidas contam com uma parafernália tecnológica que não deixa que nada escape aos olhos das câmeras. Mas a CONMEBOL nem vermelha fica. Ela claramente beneficia os seus queridinhos e nos prejudicam de forma escancarada.

Basta ter bom senso para olhar a Libertadores desse ano… um escarnio! O River limpou a bunda com o regulamento.  A equipe argentina cometeu inúmeras irregularidades, cujas as punições seriam a desclassificação do time da competição, mas… A CONMEBOL fez vistas grossas!

Já o Santos, coitado, foi punido exemplarmente pela entidade, que considerou irregular a escalação do meio-campista Carlos Sánchez no jogo de ida das oitavas de final, contra o Independiente. O confronto que tinha terminado com o placar de 0 a 0 na Argentina, foi alterado para 3 a 0 para o Independiente, tudo por conta da punição imposta ao Peixe.

Não sei vocês, mas eu, vendo todo esse cenário, analisando os números de conquistas de cada país e tendo vivenciado situações absurdas que aconteceram contra o Cruzeiro, chego a conclusão que para a CONMEBOL, nós brasileiros somos intrusos, penetras na Copa Libertadores. Não somos bem-vindos e não fazem questão de nossos clubes no torneio.

Acredito que esteja na hora de mostrar para esses caras, que nós também estamos cagando para eles e abandonar a competição continental como forma de boicote. Nesse cenário, seria capaz de apostar que em pouco tempo a CONMEBOL viria com o pires na mão, chorando a volta das equipes de elite do futebol brasileiro.

Mas, enquanto esse cenário utópico não acontece, a certeza é de que brigar pelo tricampeonato da Libertadores, para o Cruzeiro, é mais que enfrentar um time de 11 jogadores no campo…

Texto: Rodrigo Genta

Revisão: Stefano Poke

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