É PRECISO ADMINISTRAR O FAVORITISMO

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FOTO: CRUZEIRO E.C./FLICKR OFICIAL

No domingo vamos novamente disputar uma final de Campeonato Mineiro contra o rival. Não preciso falar que o momento vivido pelas equipes é o mais antagônico possível. Enquanto estamos invictos na temporada, classificados de forma antecipada para às oitavas da Libertadores e com o 1° lugar do grupo garantido (tudo isso com duas rodadas de antecedência) o atlético de Minas Gerais está virtualmente eliminado, foi goleado pelo Cerro Porteño e vê sua torcida protestando na sede. Ah, tem mais: também demitiram o treinador Levir Culpi.

Nem preciso citar que a torcida espera uma grande vitória no domingo – se possível de goleada – e ver a crise do lado de lá ainda mais aprofundada. Eu também. Contudo, precisamos de cautela. Do outro lado existem jogadores experientes, a saída do Levir é uma injeção de ânimo no ambiente e, nesse cenário tão desfavorável, toda a responsabilidade do jogo está conosco. Eles vão nos enfrentar como franco-atiradores e isso deixa a partida extremamente perigosa. Por isso, o título do texto fala em administrar o favoritismo. Até porquê, a vantagem de dois empates é deles e, sendo assim, precisamos de inteligência para que o ambiente de ansiedade/confiança da torcida não reflita dentro de campo. O ideal é reverter a vantagem e fazer com que a volta vire uma panela de pressão pra eles. Se com toda essa pressão ainda são derrotados, fica muito mais fácil pra um time como o nosso administrar o segundo confronto.

Nosso elenco e treinador são extremamente experientes e sei que esse tipo de “oba-oba” não entra dentro do vestiário. Mas é bom frisar até para o torcedor que vai ao Mineirão entender que os gols não vão sair de forma natural. Mesmo com todos os percalços vividos pelo atletico, dentro de campo são 11 contra 11. É clichê, mas vamos lembrar de dois momentos interessantes: Em 2011, tínhamos vencido apenas 3 jogos no returno do Brasileiro e se perdêssemos pro rival estaríamos rebaixados. A semana inteira foi de zoação e confiança do lado de lá. Resultado: Não só ganhamos como enfiamos seis gols. A arrogância virou humilhação. Outro episódio marcante foi a vitória dentro do Horto, em 2016, quando patinávamos com Paulo Bento no comando enquanto eles estreavam o artilheiro Fred (hoje conosco novamente). Sobrava confiança, mas dentro de campo, mesmo com um elenco inferior, vencemos por 3×2.

Clássico é assim. Nem sempre o favorito consegue vencer e a capacidade de mudar o ambiente não pode ser desprezada. Confio na capacidade do técnico Mano Menezes em mobilizar o elenco contra a soberba de 19 jogos de invencibilidade. Teremos que jogar com seriedade e foco pra vencer. A torcida fez sua parte esgotando os ingressos. Agora é o verdadeiro momento de ratificar nosso bom momento. Provando, como estamos fazendo desde 2017, que somos um time que vence campeonatos, não apenas jogos.

#MeDibre

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