EDERSON REPETE, EM 2019, ALGO QUE OCORREU EM 2017

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Foto: Daniel Vorley/LightPress/Cruzeiro

Algo que costuma dar certo no futebol é a mistura da experiência com a juventude. Unir a vitalidade, energia, agilidade e força do jovem com a cadência, a leitura de jogo, orientação e tranquilidade do veterano costuma transformar qualquer equipe de futebol. Um time totalmente formado por atletas jovens tende a ser forte e energético, mas peca na frieza e na dosagem dessa energia. Já uma equipe formada completamente por veteranos ganha em experiência, mas num momento de maior exigência física pode ter dificuldades. No Cruzeiro, o setor dos volantes vinha sendo um problema desde o início do ano. A entrada de Ederson resolveu não só o problema como potencializou um jogador que divide opiniões entre o torcedor: o capitão Henrique.

Em 2017 algo semelhante aconteceu na defesa. Com Dedé lesionado, Manoel passando por constantes problemas físicos e Caicedo não tendo se adaptado ao Brasil, Mano Menezes foi forçado a utilizar o jovem Murilo ao lado do Léo, que até então não vinha fazendo grande temporada. A entrada do garoto ocorreu após a improvisação de Henrique como zagueiro, contra o Bahia, na 5ª rodada do Brasileiro, ter terminado em expulsão. Naquele momento, a dupla de zaga não só encaixou como conquistamos a Copa do Brasil. Murilo entrou a partir do segundo jogo das quartas de final contra o Palmeiras e não saiu mais.

Duplas geralmente precisam de química. Nesse ano testamos Henrique e Lucas Romero, sem sucesso. Henrique e Ariel Cabral, desde o ano passado, já sinalizavam uma queda principalmente na recomposição, com dois jogadores acima dos 30 anos e com pouca combatividade e rapidez. Após saída de Romero e Lucas Silva, a má fase técnica de Cabral e as atuações irregulares de Jadson, Ederson ganhou espaço e não saiu mais. Além de marcar bem, o jovem tem força para aparecer no campo ofensivo e auxiliar na construção. Tem técnica pra driblar, desarmar e organizar o time. Com isso, Henrique fica com menos obrigações ofensivas, podendo atuar cobrindo espaços e impedindo que o adversário tenha uma opção limpa de passe.

Desde que Abel chegou, Henrique e Ederson foram efetivados juntos, com o capitão tendo ficado ausente apenas contra o Internacional devido a suspensão. Foram 5 jogos, com 2 vitórias, 2 empates e 1 derrota. 8 de 15 pontos somados (53% de aproveitamento) e a discussão sobre a dupla de volantes ideal encerrada. Com 11 jogos disputados, Ederson tem uma média de 2.2 desarmes por jogo, enquanto Henrique possui média de 1.8 em 22 partidas. Enquanto o capitão possui apenas 11 passes pra finalização, Ederson já possui 7 com metade dos jogos, o que demostra sua maior participação ofensiva. As vezes, a solução está mais próxima do que imaginamos. Em 2019, Ederson repetiu aquilo que ocorreu em 2017 entre Murilo e Léo. Mais um motivo da importância de se olhar pra base.

#MeDibre

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