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Na tarde desta terça-feira (11) a Polícia Civil de Minas Gerais realizou uma transmissão ao vivo de uma entrevista coletiva explicando e respondendo a perguntas referentes à operação “Primeiro Tempo” que envolve empresários e ex-dirigentes da última administração do Cruzeiro.
Entre os investigados e ex-dirigentes do Cruzeiro, estão o ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice presidente de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato. Entre os crimes denunciados, estão apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Durante a coletiva, detalhes do caso foram divulgados pelos delegados Gustavo Xavier e Domiciano Monteiro. Foram identificadas movimentações de pelo menos R$10 milhões em contratos irregulares e possivelmente criminosos.
Um desses contratos diz respeito ao contrato do lateral Mayke, vendido ao Palmeiras, em que um intermediário – que não foi nominado na coletiva, mas que diversas matérias já denunciavam como sendo Carlinhos Sabiá – havia recebido R$800 mil na negociação mesmo sem fazer parte da negociação. O valor seria uma compensação de uma dívida particular entre o empresário e o ex-dirigente Itair Machado.
O contrato do volante Bruno Silva, que também chegou a ser matéria na época, foi investigado. De acordo com os delegados, o empresário responsável pela negociação recebeu uma comissão considerada “acima do valor de mercado” e o mesmo teria repassado uma parte dos valores recebidos para o pagamento de dívidas particulares a um ex-dirigente (Itair Machado, conforme apuração). Na época foi noticiado que o valor da comissão era de quase R$2 milhões de reais.
A renovação de contrato do goleiro e ídolo do Cruzeiro, Fábio, também entrou em pauta. Isso porque, de acordo com as investigações, dois empresários foram beneficiados com o pagamento de comissões na renovação – algo que, até então, nunca tinha acontecido. Foi apurado que um desses empresários nunca representou Fábio em seus interesses, fato confirmado pelo próprio goleiro em depoimento. A PC identificou o repasse do valor de R$750 mil de um desses empresários a um ex-dirigente do Cruzeiro.
A justificativa no caso da renovação de contrato do goleiro, é que supostamente Fábio teria acertado sua saída com um clube do exterior, mas teria voltado atrás e, por isso, o empresário responsável por supostamente apresentar a proposta deveria ser incluído no negócio. Nenhum documento relativo a essa proposta existe.
Outro tópico abordado é referente a serviços prestados de forma prévia por ex-dirigentes. Nele, o ex-vice-presidente de futebol, Itair Machado, teria recebido valores retroativos ao período em que de fato assumiu algum cargo no clube. O presidente na época assinou o documento alegando “excepcionalidade”. Você pode conferir matéria completa sobre isso clicando aqui
O uso de advogados e contratos realizados com escritórios de advocacias pelo clube, mas com finalidade de benefício próprio por parte dos ex-dirigentes, também foi citado durante a entrevista coletiva.