Em denúncia, gestão passada foi acusada de prática de “rachadinha” ao contratar funcionários

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FOTO: VINNICIUS SILVA / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

Lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Estes são os possíveis crimes pelos quais ex-dirigentes e empresários ligados a última gestão do Cruzeiro foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais no último dia 15. Entre os diversos detalhes que compõe todo o arquivo, alguns detalhes chamam a atenção por ainda não ter se tornado público.

A prática de colocar intermediários em negócios e desviar o dinheiro, pagamento de contratos superfaturados ou inexistentes e outras denúncias já vieram a tona. Entretanto, tem mais: um documento que a reportagem do Deus Me Dibre teve acesso mostra que o Departamento Estadual de Investigação e Fraudes da Polícia Civil também denunciou a prática conhecida como “rachadinha” na contratação de funcionários do clube.

De acordo com o documento, a antiga gestão do Cruzeiro teria elevado o salário de alguns funcionários em mais de 10 mil reais e contratado outros com salário superior a esse valor, com a contrapartida de que esses funcionários devolvessem parte dos seus salários aos dirigentes. A prática da “rachadinha” foi constatada a partir do momento em que as pessoas a frente do clube aumentaram o salário de 18 funcionários em um reajuste superior a 10 mil reais mensais e 20 pessoas foram contratadas, também com salário superior aos 10 mil reais mensais.

Essa prática de “rachadinha” se difere da que foi identificada e denunciada anteriormente, que envolvia uma suposta devolução de valores a respeito de transações envolvendo atletas do Cruzeiro, onde algum dirigente e algum intermediário superfaturavam os valores de contratação ou usava dos próprios contratos para levar alguma vantagem financeira. 

O processo ocorre todo em segredo de justiça e, com isso, os nomes foram devidamente preservados, mas é possível dizer que parte da investigação partiu do depoimento de um ex-dirigente da antiga gestão.

O promotor de justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Daniel Sá, comentou na época da denúncia sobre a continuidade das investigações:

“As investigações vão prosseguir, tanto por parte da Polícia Civil, quanto por parte do Ministério Público, para que possam apurar outros fatos delituosos e outros possíveis envolvidos”

E em nota, o próprio MPMG disse que “as investigações ainda prosseguem em relação a outros fatos, entre eles contratos mantidos em nomo CEC com pessoas e empresas ligadas a dirigentes e conselheiros”. A denúncia enviada pelo MPMG pede indenização ao Cruzeiro no valor de R$6,5 milhões de reais.

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