FOTO: IGOR SALES / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O atual diretor de planejamento do futebol do Cruzeiro, José Carlos Brunoro, participou do programa “Arena 98”, da Rádio 98 e conversou sobre diversos assuntos. Dentre eles, a chegada de Luis Felipe Scolari. Após a primeira negativa do técnico, a estratégia de oferecer um contrato de três anos, uma multa alta e a ideia de fazer algo novo além das quatro linhas pesou para o “sim”. Além disso, o dirigente esclareceu que houve um compromisso de ir ao mercado em busca de atletas com um perfil de Série A, mas “espírito de Série B” para reforçar um elenco que o próprio treinador indicou que necessita de experiência. Ontem, a Rádio Itatiaia noticiou o interesse do clube no volante Thiago Santos, atualmente na MLS. O atacante William Pottker também voltou à pauta.
Essa explicação é muito fácil. Você pode ter o craque em campo, mas ele tem que ter o espírito da competição. Se você tem um jogador muito bom e com o espírito da competição fica tudo mais fácil. Nós vamos tentar trazer jogadores bons, não esses jogador que a gente chama de Série B, C. Espírito é diferente. Posso trazer o Ronaldinho fenômeno e quando ele chegar na Série B vai ter uma outra postura além da técnica dele, precisa se doar um pouco mais. Isso eu acho importante. O jogo as vezes não deixa usar muita técnica, marcação tripla o tempo todo e só sua técnica não vai resolver. É preciso ter a técnica e ter um desprendimento maior pra equipe. Que fique bem claro, nós não vamos trazer, não desqualificando jogador de Série B, mas se pudermos trazer jogadores bons vamos trazer e falar que precisam se identificar com a competição de Série B, explicou.
Brunoro também foi questionado sobre o planejamento financeiro para suportar a chegada de Felipão com um contrato de três anos – algo incomum no futebol brasileiro – dentro da situação atual do Cruzeiro que vive uma grave crise financeira, se seria possível comportar o treinador e seu staff mais contratações de atletas com perfil de Série A. Desde junho foram anunciadas sete contratações: os laterais Daniel Guedes, Rafael Luiz, Raúl Cáceres e Giovanni; o meia Claudinho, além dos atacantes Airton e Arthur Caíke. Outras três foram feitas a pedido de Ney Franco e ainda aguardam a inscrição em função da punição da FIFA no início de setembro: Os meias Giovanni, ex-Coritiba, e Matheus Índio, ex-Estoril-POR, e o atacante Angulo, ex-Palmeiras. O último deve acertar sua saída para o Botafogo sem ao menos entrar em campo. O dirigente deixou a cargo da atual comissão decidir sobre o aproveitamento ou não desses atletas, mas não descartou eventuais saídas.
Então, isso é uma decisão muito clara da comissão técnica, até porque o Felipe está indo pro segundo jogo, não teve muito tempo de treinar. Nós estamos aguardando a autorização para que se possa inscrever. Então se houver um descompasso de algum jogador que ele não queira desses que estão para serem inscritos, também ajuda na formatação econômica para trazer outro. Tudo isso vai se pesar na balança mas uma coisa é clara, quando o Felipão veio pra cá ele pediu que a gente pudesse fazer um esforço para dois reforços. Isso estava no “pacote Felipe” e também foi previsto e foi bem equacionado, finalizou.
A situação dos atletas Giovanni Piccolomo e Matheus Índio entraram em pauta quando o dirigente deixou em aberto uma eventual saída caso Felipão opte por não inscrevê-los na Série B. Ainda que o primeiro tenha uma situação definida conforme apurou o Portal e deva ser aproveitado, o segundo está em stand-by e sua permanência pode não ser garantida devido ao limite de inscrições e trocas. Indagado se há um risco jurídico para o clube caso a intenção seja de dispensa, o dirigente esclareceu que os jogadores ainda não assinaram contrato pois a FIFA precisava autorizar, mas que qualquer dispensa precisa ser feita com cautela pois o risco de processo é sempre alto. “Hoje pode ser qualquer um jogador de qualquer lugar, a parte jurídica deve estar bem alimentada porque se não processos vão acontecer”, concluiu.