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A passagem do meia-atacante Chay, de 32 anos, pelo Cruzeiro foi curta e de poucos jogos. Contratado para o segundo turno da Série B por empréstimo junto ao Botafogo, o jogador disputou apenas seis partidas pela Raposa, sendo titular em quatro. Não marcou gols e deu uma assistência. Sua estreia ocorreu no empate por 0 a 0 contra o Brusque, pela 21ª rodada, e seu último jogo foi contra o Operário, pela 29ª rodada.
Contudo, o período foi suficiente para que o atleta rasgasse elogios ao trabalho do técnico Paulo Pezzolano. Em entrevista ao podcast “Resenha com TF” do jornalista Thiago Franklin, no YouTube, Chay falou sobre o seu primeiro contato com o treinador uruguaio no Cruzeiro, relembrou a conversa que teve com o artilheiro Edu e destacou que o principal pedido feito a ele foi de “intensidade”:
Meu primeiro contato com o Pezzolano foi engraçado. Ele perguntou se eu estava preparado pra correr. Tive esse feedback de antes. O Edu é muito meu parceiro desde antes e ele falou “cara, aqui é intenso. Ele gosta de treinos pesados, longos e intensos”. Ele (Pezzolano) conversou comigo falando sobre a ideia de jogo onde a intensidade é primordial. A gente gosta de ter a bola, creio que com isso você não terá dificuldade, mas sem a bola você vai precisar correr.
Segundo o jogador, o início dos trabalhos já mostraram que estava diante de um profissional diferente e que era capaz de identificar várias situações de jogo e suas variáveis e transmitir aos atletas, de modo que já entravam em campo sabendo o que fazer:
“Quando eu comecei a trabalhar com ele, ele é diferente. Você sabe o que vai fazer dentro do jogo, se o adversário mudar um pouco a ideia de jogo, ele consegue identificar.”
Questionado se o treinador utilizava um estilo mais posicional ou de liberdade, o meia comentou que dependia da forma que o adversário viria para o jogo, já que o time era construído de acordo com cada enfrentamento. A equipe técnica de Pezzolano também foi um ponto chave destacado pelo meia:
“Depende, isso varia de acordo com o adversário. Ele consegue moldar a equipe conforme o adversário que vai enfrentar. Ele tem uma equipe muito boa atrás dele de scout, então ele é perfeccionista. Os treinos são gravados e ele assiste depois. O que achei bem diferente é isso, a gente treinou, ele dá uma ou duas opções do que vai acontecer no jogo e a gente sabe o que vai fazer nos dois momentos.
O Cruzeiro subiu com oito rodadas de antecedência e foi campeão com sete. Segundo o jogador, esse mérito parte do trabalho feito pelo Pezzolano, da intensidade cobrada por ele durante os jogos e da sua leitura sobre os adversários:
“Essa sobra do Cruzeiro no campeonato parte muito dele, da intensidade que cobra no jogo e da leitura que tem sobre os adversários e conseguir transmitir para os seus atletas. Acho que ele vai ter muito sucesso aqui no Brasil.”
O jogador também falou sobre os motivos que o fizeram não dar certo no Cruzeiro e ter recebido poucas oportunidades. Segundo Chay, uma inflamação no tendão fibular fez com que o seu desempenho ficasse comprometido, já que não foi totalmente curada e o jogador precisou estar sempre entre o departamento médico e o campo:
“Foi uma lesão que me pegou por um tempo longo e foi complicado. Tive uma inflamação no tendão fibular e estava difícil de desinflamar. Comecei a sentir essa dor pós-jogo contra a Chapecoense, em Brasília. Contra o Grêmio, logo no início do jogo, eu saio e meu tornozelo gira. Levo o terceiro amarelo, fico suspenso e sou poupado. Depois foi departamento médico e campo… quando conseguimos o acesso falei com ele (Pezzolano) que precisava tratar e foi onde fiquei parado mais ou menos um mês e estou em processo de tratamento até hoje”, finalizou.