FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER / XP INVESTIMENTOS
Sócio majoritário do Cruzeiro após adquirir 90% das ações da SAF, Ronaldo tem sido figura recorrente em entrevistas e eventos para falar sobre suas ambições e o projeto à frente do clube que o revelou para o mundo. Na noite desta quarta-feira (3), o Fenômeno participou do EXPERT, evento promovido pela XP Investimentos e falou sobre o Cruzeiro e os desafios do futebol brasileiro.
Em diversos momentos, Ronaldo ressaltou o clube e deixou claro que sabe dos desafios que o aguardam no comando do Cruzeiro, mas que está feliz com o que vem construindo e com o que planeja para os próximos anos.
“Eu estou muito feliz com o desafio que estou tendo. Tô tendo muito trabalho. Teve momentos nessa revolução que a gente participou, com a XP assessorando, que a gente teve que ir pro confronto com a opinião pública. Teve um analista financeiro da indústria do futebol que comentou muito se era pouco ou muito o que eu estava investindo, o que mais eu apostaria se não fosse dinheiro. E eu mostrei que não era só dinheiro, o que eu estava fazendo e o que meu projeto tinha, era também recuperar a autoestima do torcedor cruzeirense. Voltar o torcedor pro estádio, entrar no sócio torcedor do clube, tirar o dia a dia adiante.”
Fenômeno ainda brincou com o fato de ser o “sheik” brasileiro e falou em deixar um legado tão importante como empresário do futebol, como o que deixou quando era jogador.
“O Sheik brasileiro está investindo todo seu patrimônio nesse negócio (risos). Acredito nesse potencial, tenho pessoas do meu lado. Eu tenho muito o que fazer pra chegar próximo do legado que eu deixei como jogador, mas estou cheio de tesão e vontade pra me superar mais uma vez.”
Questionado sobre o futuro do futebol brasileiro, Ronaldo voltou a ressaltar a necessidade de se criar a liga dos clubes, fortalecendo todos os clubes e tornando o futebol brasileiro mais justo e equilibrado, com melhorias em todos os setores que envolvem o futebol além do dentro de campo.
Vale ressaltar que as conversas para que os clubes das séries A e B já se iniciaram e que há um projeto encaminhado para que a liga de clubes de fato exista, com uma divisão de receitas mais igual e que projete um crescimento da modalidade no Brasil.
“O futebol brasileiro não vai inventar nada. O que está sendo conversado é copiar os modelos já existentes dos modelos de sucesso na Europa. Já está conversado com a CBF e temos a aprovação para avançar nesse sentido. É pegar os 40 clubes, os 20 da primeira e os 20 da segunda e essa liga administrar o Campeonato Brasileiro. Deixando a CBF com a Série C, D, Seleção Brasileira, Copa do Brasil e arbitragem. A criação da liga vem com uma série de benefícios com os clubes e o futebol brasileiro vai virar de página. Vai chegar a um patamar muito mais alto. O mais importante é a matéria prima, a gente tem, nossos atletas, nossos jogadores.”
Um dos pontos negativos que Ronaldo, de forma recorrente, cita quando vai falar do futebol brasileiro, é a qualidade dos gramados e a falta de padronização. O ex-atacante voltou a ressaltar esses problemas.
“O estado do gramado. O futebol brasileiro não tem um padrão de gramado. Você joga no sudeste com um tipo de grama, no nordeste outro tipo, no sul outro tipo de gramado. Não tem padronização. Isso é , por dizer, uma coisinha. Tá acontecendo agora, muitas vezes, na Série B, aquela grama de jardim que você dá um carrinho e sai ralado. O futebol fica mais lento. A gente assiste o futebol brasileiro e tem a sensação de que é mais cadenciado, mais lento que o futebol europeu, mas é por conta do gramado.”