
O Cruzeiro voltou a disputar uma final de campeonato na Neo Quimica Arena, neste domingo (18), contra o Corinthians. O jogo, válido pela Supercopa Feminina, terminou com as cabulosas conquistando o vice-campeonato do torneio, após a vitória do Corinthians por 1 a 0, com gol de Duda Sampaio.
Durante os noventa minutos, em campo, se viu dois times muito dispostos a buscar o resultado. O Corinthians, como mandante, tomava o ímpeto de atacar e achava no seu lado direito as melhores oportunidades, com o Cruzeiro sendo bastante visado naquele setor. Já a Raposa buscava no contragolpe e nas bolas em profundidade para levar perigo ao gol adversário.
Mas o que chamou a atenção nesta partida foi a atuação da equipe de arbitragem em lances considerados capitais. Ao longo de toda partida, o Cruzeiro teve dois gols anulados, o primeiro com um impedimento marcado na origem do lance, onde a imagem mostrada pelo árbitro de vídeo (VAR) não foi clara o suficiente para confirmar se a jogadora do Cruzeiro estaria mesmo à frente da linha do meio de campo.
Outro lance que causou muita revolta das cruzeirenses foi num contragolpe aos 22 minutos, já com o Corinthians à frente do placar. Rafa Andrade tomou à frente da defesa adversária e foi derrubada com um carrinho por trás. Mesmo sendo a última jogadora e em chance clara de finalização, a arbitragem não foi chamada pelo VAR para conferir uma possível expulsão e foi marcado apenas um escanteio.
Por fim, o lance mais polêmico da partida foi já nos minutos finais. Byanca Brasil recebeu na grande área e partiu pra cima da defensora alvinegra. No momento do drible, a bola rebatida na coxa da jogadora acabou voltando e pegando no cotovelo da camisa 10 celeste. A jogada prosseguiu e Byanca marcou um golaço. Na sequência, a árbitra da partida foi chamada ao VAR para conferir o lance e acabou anulando o gol celeste.
Vale ressaltar que a regra é clara nesse tipo de situação, dizendo quando diz que o simples fato da bola tocar no braço ou na mão do atacante, mesmo que acidental, faz com que o gol seja invalidado. A crítica fica pelo fato da árbitra da partida, Deborah Cecília Cruz, ter sido chamada ao VAR – que caracteriza se tratar de um lance de decisão interpretativa – sendo que no primeiro momento o gol foi validado dentro de campo.
Polêmicas à parte, o jogo seguiu disputado até os minutos finais, mas o placar se manteve: 1 a 0 para o Corinthians, campeão da Supercopa Feminina de 2024.
Craques falam sobre momento da categoria
Após o fim do jogo, Byanca Brasil aproveitou os microfones da emissora responsável pela transmissão para ressaltar o momento do Cruzeiro no futebol feminino e o trabalho que vem sendo feito pela SAF:
“Eu tenho que aproveitar essa oportunidade. Espero que isso seja um passo a mais. Sobre o gol, isso é muito pequeno pelo que o Cruzeiro está construindo. A gente sabe da estrutura que a gente tem, quero agradecer à Gerdau, tivemos passagem de avião, tudo por conta deles. Queria ter feito o gol, queria o título. Mas acho que mais do que título, é o que o Cruzeiro está construindo, não só pelo Cruzeiro mas para o futebol feminino. O que a SAF está fazendo e que o Ronaldo está nos dando. Tenho muito orgulho. Que tenha mais visibilidade, mais apoio, porque a gente merece isso.”
Sócio majoritário do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, que esteve presente na Neo Quimica Arena junto com toda a diretoria do clube, também falou sobre o jogo e comentou sobre o lance do segundo gol invalidado:
“A regra é muito ruim né? Uma jogada com uma posição natural de ataque, se fosse ao contrário, no sentido que fosse uma bola rebatida na mão ou no cotovelo da zagueira não seria pênalti. Acho que isso penaliza uma jogada de ataque, mas enfim, é a regra, nós respeitamos”