FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
No dia em que o goleiro Fábio, o principal nome do Cruzeiro na atualidade e detentor do recorde de jogos com a camisa do clube fez 40 anos, nada mais justo do que comemorar tal data com a melhor atuação da equipe na Série B. A vitória elástica por 3×0 contra a Ponte Preta, 3ª colocada na tabela foi merecida e ficou barata diante da quantidade de chances criadas pela Raposa que jogou com raça, determinação, vontade e concentração para desde o início se impor e comandar o ritmo do jogo. Machado, Arthur Caíke e Manoel foram os autores dos gols.
Diferente de outros jogos onde a equipe tinha posse de bola mas não conseguia agredir e machucar o adversário, o Cruzeiro iniciou a partida com uma postura diferente. Ney Franco lançou Sassá, Henrique e Régis nos lugares de Marcelo Moreno, Jadsom e Maurício. Cacá, suspenso, deu lugar para Ramon que, ao lado de Manoel, demonstrou firmeza defensiva e segurança. O 4-2-3-1 que pressionava alto num 4-2-4 tirou o conforto da Ponte Preta na saída de bola, permitindo várias recuperações próximas a grande área adversária. No meio, Machado ditou o ritmo da equipe distribuindo bolas e achando boas viradas de jogo. Aos 13′, em bela cobrança de falta sofrida por Régis, o volante achou o ângulo de Ivan para marcar 1×0. O Cruzeiro explorava bem os lados, principalmente pela esquerda com Régis, Arthur Caíke e Matheus Pereira, aproveitando o fato da Ponte atuar com um lateral improvisado por ali. Aos 30′, triangulação do trio pelo lado, o lateral chegou na linha de fundo e tocou pra trás, Arthur Caíke pegou de primeira, a bola desviou no zagueiro e matou Ivan. 2×0.
Filipe Machado comemora seu gol, fundamental para vitória celeste. Volante teve atuação de destaque. Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
O Cruzeiro poderia ter fechado a primeira etapa com quatro gols marcados. Isso porque Sassá desperdiçou duas boas chances de gol e em cruzamento de Régis que Airton, de cabeça, acertou o travessão. A equipe de Ney Franco voltou pro segundo tempo num bloco mais baixo, oferecendo a bola pra Ponte de forma perigosa, mas tal atitude durou pouco. Logo o controle foi retomado e o goleiro Ivan trabalhou bastante para impedir um placar mais dilatado em favor da Raposa. Apostando em saídas rápidas pelos lados, Ney acionou Caio Rosa e Maurício nos lugares de Arthur Caíke e Aírton. O 4-2-4 ficou mais evidente com Maurício por dentro ao lado de Sassá, Régis pela direita e Caio pela esquerda. Aos 25’, uma verdadeira blitz do ataque. Maurício finalizou forte pra a defesa de Ivan. Na sobra, Sassá acertou a trave. Daniel Guedes pegou o rebote e finalizou pra nova defesa do goleiro.
Porém, a recompensa veio aos 32′. Régis aproveitou sobra de escanteio pelo lado esquerdo, cruzou para a área e o zagueiro Manoel, que ainda não havia retornado para a defesa, aproveitou e de cabeça matou o jogo fazendo 3×0. O gol no início deu a confiança que o time precisava para jogar mais leve e foi fundamental pro restante da partida. Coletivamente, um jogo para servir de exemplo para sequência. Grande partida do Régis, participando efetivamente das ações ofensivas. Liderou os passes decisivos com 5 e ainda deu uma assistência. Matheus Pereira, Manoel, Machado e Sassá também tiveram atuações de destaque.
Encarar um adversário que tenta jogar ao invés de somente se defender com duas linhas baixas explorando nosso erro e nervosismo pra furar uma retranca expõe que o elenco não é ruim e tem bola pra fazer mais. Ajustando a parte emocional, é possível sonhar numa campanha digna. Que seja a virada de chave no campeonato. Com o resultado, o time celeste chega a 11 pontos, sobe para a 15ª posição e deixa a zona de rebaixamento. O próximo compromisso do Cruzeiro será o Cuiabá, que lidera a competição com 22 pontos. A partida está marcada para sábado, às 22h, na Arena Pantanal, no Mato Grosso. Jadsom e Aírton serão desfalques devido ao terceiro cartão amarelo.