
FOTO: AILTON CRUZ – GAZETA DE ALAGOAS
É, a vida do cruzeirense nesse 2019 não está fácil. O empate conquistado em Alagoas, contra o CSA, com gol sofrido aos 49 do segundo tempo foi uma ducha de água fria na empolgação celeste que já contava com os três pontos, mas também um castigo pela quantidade de oportunidades desperdiçadas e o segundo tempo muito ruim da equipe. O Cruzeiro não conseguiu controlar o jogo, foi pressionado e num lance de azar acabou penalizado. Com o resultado, chegamos a 15 pontos e nos mantemos na 16º posição, dois pontos a frente da Chapecoense, que enfrenta o Botafogo amanhã.
Inicialmente, Rogério Ceni manteve o 4-2-4 do último jogo com Thiago Neves interior ao lado de Henrique e Pedro Rocha e Fred no comando de ataque, com Marquinhos e David abertos. Contudo, Pedro sentiu um problema estomacal de última hora e deu lugar a Robinho. Com isso, Thiago foi adiantado. Essa mexida interferiu diretamente na mecânica da equipe. Com duas peças com 34 e 36 anos, respectivamente, a pressão no adversário no campo ofensivo deixou de existir, forçando a equipe a baixar suas linhas. Com a bola, os laterais davam amplitude total e os pontas (David e Marquinhos) circulavam por dentro. Robinho muitas vezes recuou para buscar bola entre os zagueiros, liberando um pouco mais Henrique. Ele foi o o principal passador da equipe com 73 passes e 90% de precisão. Maestro. O gol, inclusive, teve participação dele, que virou o jogo com um belo lançamento buscando Orejuela, este cruzou com perfeição, Thiago cabeceou e Fred pegou o rebote. Segundo gol consecutivo do camisa 9.
Se no primeiro tempo não conseguimos ter um controle total do jogo, mas criamos boas oportunidades com 8 finalizações e 50% de aproveitamento, no segundo perdemos totalmente a capacidade de manter a posse. Com um meio campo exposto e uma transição defensiva pela esquerda debilitada com Dodô e David tendo problemas, o CSA cresceu na partida e igualou o volume. Somado a isto, erros de passe excessivos sinalizam que a transição de trabalho e filosofias de jogo cobram seu preço. Faltou capricho na tomada de decisão e até um pouco de sorte. Marquinhos Gabriel teve grande chance, mas o zagueiro afastou de canela, com a bola ainda batendo no travessão e saindo. Com a dificuldade de matar o jogo, a equipe começou a recuar e administrar o resultado. Sabemos como isso é perigoso e, geralmente, cobra seu preço. Antes de sofrer o gol, Fábio ainda fez grande defesa. Aos 49′, Apodi domina na grande área e finalizou, a bola desviou em Fabrício Bruno, quicou antes de chegar ao Fábio e entrou. A equipe de Alagoas já havia finalizado mais na segunda etapa (13×5) ainda que o número de conclusões no alvo tenha terminado empatado (2×2) e tiveram mais posse de bola (56×44).
Vale ressaltar como Edílson, mais uma vez, comprometeu o time. Assim como na Bombonera, o lateral estava livre de marcação e optou por cabecear pro meio da área uma bola que no fim acabou entrando. Não é a primeira vez e nessa temporada já soma 7 cartões amarelos e duas expulsões em apenas 20 jogos. Custo-benefício péssimo, assim como sua fase técnica.
A parte física também precisa de uma atenção especial da comissão técnica. Thiago e Fred na frente não possuem fôlego pra pressionar durante 90 minutos e a transição defensiva pela esquerda foi problema. Enfim, é frustrante mas serve de lição. Trabalho está no início e ainda será preciso ajustar bastante coisa. Não existe milagre. Elenco é curto (principalmente no meio) e Ceni detectou bem: faltam peças de velocidade. É ter calma. Antes dele, 10 pontos em 39. Com ele, 4 em 6 e três jogos sem perder se contar com Avaí. Trabalho no início, faltam ajustes e melhor assimilação das ideias. Foi por pouco, mas segue o jejum sem vencer fora de Belo Horizonte, agora em 21 jogos. Seguimos.
#MeDibre