
Foto: Ricardo Moreira/Foto Arena/Estadão Conteúdo)
Depois de uma semana recheada de polêmicas e escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, negociatas com empresário e tudo de ruim que se pode imaginar dentro de uma gestão de futebol de um clube gigante como o nosso Cruzeiro, podemos finalmente falar do que gostamos: futebol. Enfrentamos o São Paulo, nosso algoz em jogos do Brasileiro e empatamos. O gosto? amargo. Principalmente pelo segundo tempo. Poderíamos ter vencido o jogo. Faltou – mais uma vez – capricho e competência na tomada de decisão. O gol(aço) de falta do Thiago Neves acordou o time. O camisa 10 que mais uma vez chamou a responsabilidade e é responsável por 4 dos 7 pontos conquistados no Brasileiro.
Mano optou por iniciar o jogo com Ariel Cabral ao invés de Lucas Silva. Talvez o fato de que o segundo deve retornar ao Real Madrid pese na decisão, porém é inegável que o argentino vive fase ruim tecnicamente. O gol do São Paulo saiu justamente por um erro de posicionamento do Cabral. Reinaldo avançou pela esquerda, sem marcação e tocou para Alexandre Pato entre Cabral e Léo. O argentino, que deveria interceptar, não conseguiu.

Cabral falhou em não interceptar a bola do Reinaldo. Gol do São Paulo.
O jogo seguiu com o Cruzeiro tendo muita dificuldade em conseguir um passe mais agudo, que quebrasse às linhas de marcação do São Paulo. Fred, isolado no ataque, pouco participava do jogo e Thiago Neves também não recebia a bola em boas condições. Um exemplo da falta de verticalidade está na imagem abaixo. Romero recebe a bola, tem a oportunidade te tocar para o Thiago Neves no espaço entre Reinaldo e Bruno Alves, mas prefere o passe de segurança, escolhendo Robinho, marcado de perto pelo adversário.
No início do segundo tempo, tivemos um pênalti não marcado pela arbitragem. Lucas Romero aproveitou a sobra na entrada da área e chutou forte. A bola resvalou em Anderson Martins e, após consulta do VAR, o árbitro Braulio da Silva Machado deu tiro de meta. De acordo com o comentarista Salvio Spinola, do Grupo Globo, o pênalti deveria ter sido marcado. Lance semelhante ocorreu com o próprio Lucas Romero em jogo contra o Ceará e, naquela ocasião, o pênalti foi assinalado. Provavelmente teríamos outro jogo se conseguíssemos o empate logo no começo.
Aos 22 minutos, Thiago empatou com um golaço de falta e saiu para entrada do David que, quatro minutos depois, teve uma chance inacreditável para virar o jogo e tomou a pior decisão possível. O atacante tabelou com Marquinhos Gabriel, saiu na cara de Tiago Volpi e tinha o Fred livre ao seu lado. Tentou driblar e foi desarmado pelo goleiro. Inacreditável. Egídio e Marquinhos Gabriel ainda tiveram boas oportunidades e também desperdiçaram. O empate encerra uma série de três derrotas consecutivas no Brasileiro, mas deixou um gosto amargo. Não fosse o excesso de erros na tomada de decisão, poderíamos ter vencido.
Enfrentamos um adversário que também passa por uma crise, isso precisa ser destacado. Depois de um 1T fraco, melhoramos bastante no 2T e produzimos pra vencer. Esbarramos, novamente, na nossa própria incompetência na hora de concluir. Mas, dá pra tirar coisas positivas. O que o Mano precisa fazer (e se não for ele, que seja outro) é manter o time concentrado durante 90 minutos. A intensidade apresentada principalmente na segunda metade do 2T precisa ser constante, não apenas quando precisamos correr atrás do resultado. Talvez fique um sinal de que utilizar dois pontas agudos seja o melhor pro momento. Agora é focar pensando na classificação contra o Fluminense.
#MeDibre