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Empresário de Marquinhos Gabriel fala sobre afastamento: “Não cumpriram com o prometido”

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

Atualmente fora dos planos do técnico Felipão desde o confronto contra o Botafogo-SP, o meia Marquinhos Gabriel está em vias de finalizar um acordo em relação as pendências financeiras que possui para rescindir o contrato – que vai até até o fim de 2021 – de forma amigável com o Cruzeiro e procurar um novo time. Clubes da Série A sondaram o atleta, mas seu futuro será decidido apenas após o acerto de sua saída, que pode acontecer até o fim dessa semana.

O jogador deixou de fazer parte dos planos do técnico do Felipão após procurá-lo em sua sala para tratar sobre sua situação no clube, o que acabou não agradando a comissão técnica. Depois do duelo contra o Botafogo-SP, o comandante explicou na coletiva sua ausência dos relacionados para o jogo.

Sobre o Marquinhos, quero dizer o seguinte. Ele esteve na minha sala, me disse que não estava com uma situação definida em relação a uma série de detalhes no Cruzeiro, que não tinha o pensamento nesse momento sobre o jogo, que tinha algumas dificuldades do pensamento do jogo, daí achei melhor deixá-lo em Belo Horizonte e possivelmente a direção falará com o Marquinhos a respeito da possibilidade do empréstimo pra outro clube que já nos foi solicitado, de acertos e coisas que daí já não é da minha área. Da parte técnica eu já dei minha opinião a direção.

Em contato com o portal, o empresário do atleta, Marcos Casseb, explicou que divergências em relação ao que foi acordado no retorno do meia pesaram para que o impasse sobre sua permanência no clube ocorresse.

“- Ele estava emprestado no Athlético Paranaense, não estava satisfeito lá, o clube também não fez muita força pra ele ficar e foi quando começamos a procurar clubes. Haviam pelo menos cinco ou seis times interessados, só que o Deivid nos procurou dizendo que queria o Marquinhos de volta, que seria muito importante, que o clube já havia dispensado todos os laranjas podres do ano passado e que ele iria ajudar. Ele (Deivid) e André (Argolo) passaram o projeto pra ele, destacando que seria um dos mais importantes do Cruzeiro e gostariam do seu retorno. Porém, não seria possível pagar o salário de forma integral, propondo pagar o teto de 150 mil, que foi prontamente aceito pelo Marquinhos, mesmo sendo menos da metade do seu salário, já que todos sabem da dificuldade financeira que o clube passa, por exemplo estão devendo mais de cinco milhões de reais ao jogador… e ele não entrou na Justiça.”

A conversa do Deivid, diretor de futebol, e o gerente de esportes, André Argolo, foi crucial para que o atleta decidisse retornar ao Cruzeiro, segundo Casseb. No momento da saída do Furacão, Rogério Ceni – ainda no Fortaleza – havia procurado o meia para que se juntasse ao time. A chegada do técnico Felipão alterou algumas das promessas que foram combinadas em relação ao teto salarial.

“- Ele ficou fora devido a um desconforto e voltou quando contrataram o Felipão. Ele passou um recado aos jogadores que iriam contratar de três a quatro reforços, para ganhar mais do que o teto salarial. Foi quando não concordamos. Pediram para o jogador abrir mão de parte do salário fora tudo que estão devendo lá atrás e nunca fomos a Justiça. Foi quando o atleta decidiu que, nesses moldes, era sacanagem. Se vão abrir exceção para outros jogadores, que também me paguem acima do teto. Foi quando não houve acordo e, por esse motivo, ele optou por sair.”

Foi diante desse contexto que o jogador explicou ao Felipão que a decisão de pedir para não jogar foi devido a quebra de confiança do que foi acordado na sua chegada. Segundo seu empresário, o advogado do atleta já propôs um acordo ao Cruzeiro que será muito bom pro clube e que ninguém quer se aproveitar da situação. Ainda citou como exemplo a chegada de Rafael Sobis, recém contratado pelo Cruzeiro.

“- A única coisa que aconteceu é que prometeram uma coisa pra ele e descumpriram. Não tenho nada contra o Sobis, até gosto dele, mas é certo ele chegar e ganhar mais do que ele (Marquinhos), sendo que o Cruzeiro deve salário, ele tem que abrir mão e usar o dinheiro do seu salário pra pagar o Sobis? Se tivessem deixado claro antes que outros chegariam ganhando acima do teto, ele teria a opção de aceitar ou não, disse.”

Segundo o empresário, foi feito um esforço grande para que o atleta conseguisse retornar ao Cruzeiro e que o Athlético Paranaense tentou levar vantagem diante da situação fragilizada do clube naquele momento, que estava impedido de contratar devido a transfer ban imposto pela FIFA.

“- Na época até o Athlético tentou levar vantagem na situação, sabendo que o Cruzeiro estava desesperado querendo ele, tentou pegar jogadores da base, tentou se aproveitar do momento e a gente ajudou a sair o negócio da melhor maneira possível, pra ficar bom para todos. Então, teve um esforço de todos para que ele voltasse ao Cruzeiro. Ele iria receber o salário integral em outros clubes e abriu mão para voltar, por isso foi sacanagem.”

Marquinhos Gabriel retornou ao Cruzeiro em setembro após um período de empréstimo junto ao Athlético Paranaense, onde rescindiu seu contrato, o jogador participou de quatro partidas e não conseguiu apresentar bom rendimento, sem gols ou assistências. No total, disputou 56 partidas pelo Cruzeiro, marcou quatro golse deu sete assistências. Em 2019, conquistou o Campeonato Mineiro e integrou o elenco que amargou o rebaixamento à Série B.

Em contato com o Cruzeiro, questionado sobre a situação do atleta e sobre possíveis atletas que recebem acima do teto salarial estipulado anteriormente, o clube respondeu:

“O Cruzeiro Esporte Clube informa que negocia com o atleta Marquinhos Gabriel a melhor resolução para a sequência de sua carreira. 

Já as questões relativas aos valores salariais dos atletas envolvem cláusulas de confidencialidade, previstas nos contratos. A política do Clube em relação a este tema permanece a mesma, com responsabilidade e dentro das possibilidades que a atual situação do Cruzeiro permite.”