
FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Cruzeiro e Atlético empataram em 0 a 0 no segundo clássico desse campeonato brasileiro, confronto válido pela 32ª rodada. E eu poderia encerrar o pós-jogo aqui, afinal, esse é um daqueles clássicos que definitivamente não entram pro notório rol de grandes confrontos entre os maiores rivais dessas Minas Gerais. Um jogo fraco, sem emoção, com pouca bola rolando e nem polêmica de VAR ou coisa do tipo para virar pauta na manhã seguinte.
A verdade é que não se pode esperar algo desse time do Cruzeiro enquanto Thiago Neves seguir intocável (e imprestável) no meio de campo. Não há criatividade, não há movimentação. E sempre há alguma chance boa perdida. O filme se repete e a manutenção na série A fica a cada rodada por conta de jogadores como Fabrício Bruno, Cacá, Éderson e Orejuela.
Que fique claro que o risco de rebaixamento ainda existe, afinal, a fragilidade desse time inoperante as vezes passa batido por conta do adversário. Hoje o Atlético também não mostrou a que veio. O time alvinegro é limitado e as poucas boas chances pararam em Fábio, mas sem muito susto. Um jogo de iguais, que só poderia terminar nesse empate sem graça.
Abel Braga tem grande parte da culpa: insistir com jogadores medalhões e sem qualquer pique e/ou criatividade na escalação, substituições ineficazes e controversas, não aproveitar o que de melhor tem aparecido (a base, Abel! a base salva, Abel!) e insistir em um esquema que há tempos já se vê que não dá certo. O time do Cruzeiro, em determinado momento do jogo, parece além de mal treinado, mal preparado para suportar qualquer intensidade. A falta de proposição ofensiva deixa a defesa refém.
Enfim, não há pontos positivos para o jogo de hoje. Talvez a soma de mais um ponto na luta contra o Z4, ponto que deixa o Cruzeiro pelo menos fora da zona independentemente do resultado do jogo do Botafogo. De negativo, além do time em campo, as confusões que acontecem clássico a clássico: invasão de torcida a setores de rivais, confusão e despreparo de alguns PM’s, problemas no entorno do estádio… situações que perpetuam ano após ano, clássico após clássico, sem que nenhuma atitude realmente eficaz seja tomada.
Ah, sobre o título do texto: o Cruzeiro segue fazendo história… na bocha. Sim, esse importante esporte especializado de renome e importância mundial segue enchendo a torcida de orgulho e alegria. Infelizmente, nossos veículos de imprensa não são preparados para cobrir tal modalidade com o afinco que ela merece, mas aqui nós não deixamos passar. Alexandre Comoretto, conhecido como “Gaúcho”, aquele mesmo que teve um aumento absurdo de salário, que prometeu fazer camisas de apoio a Itair Machado, que estava envolvido no caso de documentos tomados pela esposa do presidente e de tantos outros casos esdrúxulos e bizarros, não foi desligado do Cruzeiro como se esperava após a chegada de Zezé Perrella. Não acredita? O mesmo taí pra validar – só não entendi porque ele apagou a foto em que aparecia junto do presidente Wagner.