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Cruzeiro terá dilema em “escolher caminhos” para brigar por títulos

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Copa do Brasil, hegemonia e um prêmio milionário. Libertadores, título internacional, visibilidade e busca pelo Mundial. Brasileirão, penta, soberania na era dos pontos corridos e outra vez o maior título nacional pra galeria. Caminhos ainda abertos e sonhos de toda a torcida celeste. Aliás, são mais que sonhos. Com o elenco atual e o passado recente do Cruzeiro, esses títulos são realidades bem alcançáveis, desde que exista de fato um planejamento. E ao que tudo indica, ele existe.

Após duas vitórias de virada, um feito inédito este ano, o time vem mostrando o futebol que se esperava e aos poucos vai construindo seu caminho para as conquistas. Mas a realidade é que diversos fatores, além dos próprios adversários em campo, vão determinar o foco desse time a partir de agora. Seja o calendário apertado, as lesões e o cansaço extenuante, as suspensões e até mesmo os eventuais tropeços naturais, é necessário ter em mente que chegará o momento de decidir qual competição priorizar.

Por mais que a resposta pareça fácil e todos digam “o objetivo deve ser a Libertadores” não é tão simples assim. O tricampeonato continental é uma obsessão, mas é um torneio em que basta um jogo ruim, um erro de arbitragem, uma bola que caprichosamente bate na trave e sai ao invés de entrar e tudo se perde – coisa que não pode acontecer quando o assunto é o planejamento.

É claro que num cenário ideal, o anseio de buscar sempre a vitória, jogo a jogo, tem de se fazer presente. Mas ao contrário das Copas, o Brasileirão de pontos corridos da a oportunidade pra que você tenha momentos de irregularidades e seguir competitivo, brigando nas cabeças, principalmente num momento tão equilibrado quanto o do futebol atual, sem grandes equipes de destaque individual ou coletivo. A prova disso é que mesmo classificado para as quartas da Copa do Brasil e nas oitavas da Libertadores, o Cruzeiro figura entre os 4 primeiros da tabela.

E se o destino é conhecido por suas ironias, o Cruzeiro atualmente é uma de suas vítimas e tão cedo vai descobrir qual caminho escolher diante do cenário que se desenha nos próximos cinco jogos.

Libertadores: o adversário das oitavas é o Flamengo, time que apresenta o melhor momento do ano. Líder do Brasileirão, ainda vivo na Copa do Brasil – enfrentará o Grêmio que também divide suas atenções com a Libertadores. É o jogo mais difícil e mais significativo dos cinco próximos que a Raposa tem, principalmente por ser fora de casa.

Copa do Brasil: o Santos não vive um bom momento, mas não se enganem. A má fase do time alvinegro praiano no Brasileirão só irá dificultar ainda mais a situação do Cruzeiro. Com um técnico novo a caminho, não há dúvidas que o peixe irá apostar alto nas Copas a começar pela nacional. É o segundo jogo mais difícil nessa sequência de cinco jogos, também fora de casa.

Brasileirão: atual campeão, atual vice-líder (e algoz) e um desesperado para sair da parte de baixo da tabela. Manter a estabilidade no Brasileirão passa por bons resultados, principalmente contra o São Paulo – sendo o jogo no Mineirão e com peso de confronto direto por melhores posições na parte de cima da tabela – e contra o Vitória. A próxima partida, contra o Corinthians, deve ser considerado a ignição, o ponto inicial dessa estabilidade que pode garantir ao Cruzeiro um futuro de título caso algo inesperado aconteça na disputa das Copas supracitadas.

Enfim, a realidade é que traçar o caminho é tão difícil quanto percorrê-lo. Cabe à diretoria de futebol muito ímpeto para buscar as vitórias e muita sabedoria para lidar com a situação caso as mesmas não venham. Entramos na curva mais difícil e logo precisaremos correr muito na reta de chegada.

Foto: Bruno Haddad / Cruzeiro E.C.