EXISTE UM DILEMA?

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FOTO: VINNICIUS SILVA / CRUZEIRO E.C. / FLICKR OFICIAL

A partir de quinta o Cruzeiro começa a jogar não apenas a classificação na Copa do Brasil, mas também o caminho determinante para a manutenção dos principais nomes envolvidos nas denúncias feitas nos últimos meses e também investigados pela polícia. Por mais óbvio que pareça, os resultados em campo a partir de agora serão os fatores relevantes para que os bastidores do clube se acalmem – garantindo mais tempo a Wagner Pires de Sá, Itair Machado e Sérgio Nonato – ou se tornem ainda mais turbulentos, com Zezé Perrella pressionando a saída dos dirigentes e tomando as rédeas da situação.

Mesmo com toda a repulsa gerada por boa parte da torcida nas redes sociais, desde que todos os problemas e desmandos vieram a público, a diretoria conseguiu se manter através do apoio de parte do conselho e também pelo aparelhamento do clube, que blinda seus cartolas de qualquer exposição contraditória. 

É visível que para os que ocupam altos cargos lá que a manutenção do poder é mais importante que a saúde do clube – e os números mostram isso, vide aumento das dívidas, negócios escusos com empresários e pagamento de quantias milionárias a dirigentes. E com tudo isso, a impressão que passa é a de um dilema horrível para qualquer torcedor do Cruzeiro: ao mesmo tempo que a saída da atual diretoria significaria um alívio, essa só irá acontecer caso o time fracasse em campo. E o fracasso em campo não é desejável, em nenhuma hipótese e em nenhuma circunstância. 

Estamos diante da possibilidade histórica de classificar na Copa do Brasil e na Libertadores contra os mais tradicionais rivais da história celeste. Não tem um cruzeirense que não entenda e não se empolgue com isso. E a história em campo é maior que qualquer nome que já passou por lá. Ao mesmo tempo, a péssima campanha no Brasileiro e o cenário que está sendo construído pelos cartolas segue a risca uma cartilha de rebaixamento. A situação é preocupante e não tem um cruzeirense que não entenda e não se preocupe com isso. E nesse ponto, é preciso apontar culpados e responsabilizar quem está no comando.

Com pouco mais de um ano e meio no poder, os estragos feitos já se tornam visíveis – mesmo com a tentativa de mascarar as situações – e agora, com um conselho deliberativo alinhado ao que já vinha sendo feito, a tendência é que as coisas sejam ainda menos transparentes, só sendo sentidas no futuro (não muito longe, diga-se) custando um preço muito alto.

Não há solução para esse possível dilema. Infelizmente, a morosidade e a burocracia impedem que as investigações policiais e dos investigadores do MP consigam fazer algo antes. Da mesma forma, o conselho se mostra infantilizado e com interesses pessoais acima dos que resguardam a instituição. Agora, resta a cobrança independentemente do resultado em campo. E que esse resultado seja o melhor possível!

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