FABRÍCIO BRUNO ESTÁ DE VOLTA

Compartilhe

FOTO: CHAPECOENSE/FLICKR OFICIAL

Revelado nas categorias de base do clube e promovido em 2016 com o então treinador Paulo Bento, o zagueiro Fabrício Bruno jogará no Cruzeiro em 2019. Após ser emprestado novamente para a Chapecoense, equipe que defende desde 2017, seu retorno foi solicitado com a iminente saída do zagueiro Manoel, emprestado ao Corinthians. A volta de Fabrício sinaliza uma preocupação com a diminuição da folha salarial e também a redução da média de idade.

Fabrício Bruno atuou em 58 jogos pela Chapecoense e marcou dois gols. Seu começo no clube catarinense não foi fácil. Após um início oscilante no Estadual, o jovem zagueiro acabou perdendo espaço com o então treinador Vágner Mancini. Contudo, após a saída do técnico retornou a equipe e não saiu mais, sendo titular em 40 dos 70 jogos naquele ano. Em 2018, teve uma lesão no púbis que acabou o afastando dos gramados por 8 meses, atuando em apenas 18 partidas. Seu retorno em outubro foi fundamental para permanência do seu time na primeira divisão. Enviamos um zagueiro jovem, precisando de minutagem e receberemos um atleta pronto para defender as cores do Maior de Minas.

Além de seis anos mais jovem do que o Manoel, Fabrício também é 12cm mais alto (1.93m x 1.81m), diferença importante principalmente nos duelos aéreos, algo que o clube sofria quando não tinha Dedé disponível. Enquanto Manoel tem uma média de 48,6% de duelos aéreos vencidos, Fabrício soma 58,6%. O prata da casa também leva vantagem nos duelos defensivos terrestres (30,6% de aproveitamento) contra 22% do Manoel. No quesito perdas no próprio campo (tentar afastar a bola e não conseguir) o sinal também é positivo. Fabrício jogava em uma equipe constantemente pressionada e que tinha dificuldades em manter a posse, mesmo assim seu número é semelhante ao do Manoel (6,11 (50,7%) x 6,14 (53,6%)). Nas interceptações, Manoel leva pequena vantagem (5,29 x 4,48). Nas rebatidas, temos equilíbrio, com 3,27 para o Fabrício e 3,03 para Manoel.

A principal diferença de ambos está na parte técnica. Manoel é um zagueiro com uma qualidade maior no passe, na velocidade e força física. Fabrício se caracteriza pela força, seriedade e agressividade. Vale considerar também que na Chapecoense o estilo de jogo sempre foi mais direto, forçando o defensor a recorrer a mais bolas longas, enquanto no Cruzeiro há um trabalho maior pelo chão. Sendo assim, Fabrício tem um aproveitamento de 28,4 passes por jogo (81,8% ✅) enquanto Manoel possui média de 38,26 passes (88,6% ✅).

Mesmo jogando em equipes com estilos antagônicos, a diferença de aproveitando nos passes não é significativa, outro bom sinal. Fonte: Wyscout.

Fabrício consegue jogar pelos dois lados da defesa. Em 2018, atuou mais pela esquerda, lado que o Léo ocupa no Cruzeiro. É um zagueiro sério e firme, preferindo afastar o perigo rapidamente do que sair jogando. Sua principal dificuldade era o posicionamento na linha de 4 em bolas cruzadas para área. Fundamento que o jovem demonstrou muita evolução em sua passagem pela Chapecoense. Mesmo alto, não é lento, conseguindo fazer boas leituras defensivas nos momentos de transição.

Aprimorando a parte técnica e se adaptando a um estilo de mais toque ao invés de rebatidas, tem tudo para ser um jogador muito útil. Números não dizem tudo, é verdade, mas mostraram que teremos um ganho em fundamentos importantes, como bola aérea. Se não sentir o peso da camisa (algo pouco provável, já que foi formado no clube) teremos um jogador perfeitamente capaz de substituir Manoel em alto nível com uma enorme margem de evolução.

Saudações celestes!
#MeDibre

Compartilhe