Falta de convergência entre diretoria e comissão técnica culminou no esperado: Felipão deixa o Cruzeiro

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

Após uma reunião em Porto Alegre, no dia 15 de outubro do ano passado, com o presidente Sérgio Santos Rodrigues, o então diretor de futebol Deivid (atual diretor técnico) e o então consultor de planejamento e estratégia, José Carlos Brunoro (já deixou o clube), Felipão fechou contrato com o Cruzeiro até o fim de 2022 e disse: “Não queremos só este ano. Queremos esse ano, que está terminando, mas também 2021, 2022, 2023”. O contrato de três anos previa uma multa rescisória (unilateral) de R$ 10 milhões e a promessa de montagem de um time forte para Série B.

Contudo, tal planejamento foi por água abaixo pouco mais de 4 meses após seu anúncio. Felipão já vinha dando sinais de que sua sequência no Cruzeiro dependeria do que fosse conversado com a diretoria depois do fim da Série B e, após uma série de entrevistas criticando planejamento, situação financeira, atrasos de salário (que geraram, inclusive, uma greve dos jogadores antes do duelo diante do Cuiabá) e até mesmo a baixa qualidade técnica dos atletas, o treinador pentacampeão mundial optou por encerrar sua segunda passagem pela Raposa de forma precoce.

Em nota oficial, o Cruzeiro comunicou que o clube e o técnico, em consenso, optaram pelo fim do vínculo.

Colaborando com o Clube em seu momento mais desafiador na história, Scolari e sua comissão técnica cumpriram a importante missão de recuperar o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro da Série B, tendo dirigido a equipe celeste em 21 partidas, somando nove vitórias, oito empates e quatro derrotas.

Felipão deixa o Cruzeiro antes mesmo do fim da Série B, com uma rodada de antecedência. O clube mineiro encerra sua participação na competição diante do Paraná, às 21h30 da próxima sexta-feira, em Curitiba. A tendência é que Célio Lúcio comande interinamente na beira do gramado. Assumindo em outubro, Felipão chegou para o lugar de Ney Franco, demitido após sete jogos, deixando o time na 19ª colocação, com 13 pontos em 16 jogos. Com o objetivo traçado de livrar o time da Série C, Felipão entregou o combinado. Mesmo com um desempenho questionável, o treinador chegou a engatar uma série de nove jogos sem derrota e o sonho do acesso. Após mais três vitórias, seu time voltou a ser irregular, ter atuações abaixo da expectativa e perder pontos em casa. O acesso não foi alcançado e o financeiro pesou com a recorrência dos salários atrasados.

Nessa segunda passagem, Scolari somou 21 partidas com nove vitórias, oito empates e quatro derrotas. Um aproveitamento de 55,5%. O treinador deixa o Cruzeiro junto com sua comissão técnica composta pelo Paulo Turra e Carlos Pracideli (auxiliares técnicos) e Anselmo Sbragia (preparador físico).

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