
No primeiro jogo brasileiro transmitido exclusivamente pelo Facebook, a imagem instável e os problemas nos servidores não foram os únicos perrengues que a torcida do Cruzeiro teve que enfrentar. Uma equipe pouco criativa, um campo encharcado e uma partida sem grandes lances resumem bem o que foi o jogo.
O Cruzeiro venceu e isso, no final das contas, é o que importa. Três pontos fora de casa, contra um argentino é um feito relevante e que mostra que esse elenco tem total potencial de brigar por esse título. Mas o futebol apresentado segue a o ritmo do que vem sendo feito ao longo desse ano. Poucas chances de bolas trabalhadas, muita ligação direta – e isso também tem muito a ver com o estado do campo, diga-se – e um poder ofensivo que deixou a desejar.
Quando teve a bola no pé e buscou o passe trabalhado, abriu o placar. O gol do Rodriguinho vem em momento ótimo: firmar a importância da grande contratação. No geral, o primeiro tempo foi mediano pra bom, mas o segundo foi o que nós costumamos chamar de “teste pra cardíaco”. Mesmo sendo um time limitado, o Huracán cresceu no jogo e começou a dar certo trabalho para a defesa. A atuação do árbitro também não pode passar batida: sem critério nenhum, amarelou boa parte da equipe celeste e a marcação teve que ser mais espaçada. Por fim, acabamos o jogo com três zagueiros, algo pouco usual e que se mostrou pouco efetivo no jogo. Fábio, no final das contas, acabou por ser o grande nome da partida.
Mas se fosse fácil o nome seria campeonato mineiro e não Libertadores. Agora o que importa, de fato, é somar. Começar bem e buscar uma boa colocação geral para repetir os feitos de 2017 e 2018, levando as decisões para o Mineirão. Do jeito que Mano Menezes gosta.
Precisamos estar aptos a inovações e o jogo de hoje mostrou isso. Na ausência do tradicional, uma nova forma de assistir ao futebol – ou de jogar o futebol – é fundamental. Mano Menezes ainda está em começo de temporada, mas não há muito mais tempo para buscar a melhora. Controlar a posse de bola é uma característica que precisa ser respeitada, mas diante de um adversário mais fraco, é difícil engolir que esse time não possa produzir mais.
Da mesma forma, a transmissão pelo Facebook não agradou a todos, mas é uma realidade de diversos nichos e mercados. O streaming já é algo presente em nossa realidade e precisamos buscar nos adaptar a isso. Ao menos cobrar que os serviços sejam feitos com o mínimo de cuidado e profissionalismo. O futebol precisa se modernizar, mas a infraestrutura que o rodeia também. Não adianta a CONMEBOL querer bancar a “moderninha”, se por trás dela nós vemos e vivemos sobre interesses e decisões nada transparentes.
Enfim, para o alívio de muitos, a caminhada pela reconquista de Santiago começou!