
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Anunciado no último dia 15, Felipão ainda teve poucos dias para trabalhar e segue um processo de conhecimento do plantel disponível enquanto o Cruzeiro luta para sair da incômoda 18ª colocação na Série B, amargando a zona do rebaixamento há seis rodadas consecutivas. O mal desempenho do setor ofensivo é um dos causadores dessa estagnação da tabela, afinal desde os 3×0 marcados contra a Ponte Preta na 12º rodada, seis jogos se passaram e o time marcou apenas três gols. Manoel (bola parada), Arthur Caíke e Airton foram os autores.
Com a bola rolando, Arthur Caíke marcou dois dos seus três gols em 14 partidas, seguido por Régis que fez 2. Marcelo Moreno, referência do ataque, marcou de pênalti e de cabeça após cobrança de escanteio em 14 jogos. A má fase do setor ofensivo dificulta um maior número de vitórias já que dificilmente a equipe consegue reagir quando a defesa é vazada. Contra o Náutico, mais uma vez a formação com Marquinhos Gabriel, Régis, Arthur Caíke e Marcelo Moreno não surtiu efeito. Sem profundidade, tabelas ou velocidade, fica fácil para os marcadores anularem o Cruzeiro. Felipão justificou na sua coletiva que a escolha pelos mais experientes passa pela necessidade de não fazer com que jogadores jovens como Airton e Welinton “Torrão” sejam os mais cobrados.
Nós vamos dar a eles um pouco mais de qualidade e conhecimento. Não podemos enfrentar uma Série B com esse tipo de jogadores sendo os que vão fazer a diferença. Eles são acessórios. Não podemos fazer com que os jogadores mais novos sejam os mais cobrados e exigidos da equipe, destacou.
Airton entrou mais uma vez com destaque na partida. Contra o Operário foi dele a jogada que resultou no gol de Arthur Caíke e, nos Aflitos, marcou o gol de empate aos 40 do segundo tempo. Com Felipão, Marquinhos Gabriel atuou pela direita nos dois últimos jogos, porém não conseguiu trazer desequilíbrio ou contundência, demonstrando a mesma morosidade que o fez amargar 28 jogos na Série A de 2019 sem marcar um gol sequer. Diante dessa dificuldade, o treinador ressaltou que o clube não sairá dessa situação em pouco tempo.
Tenho que cobrar daqui pra frente algumas coisas e alguns detalhes que vamos melhorar. Isso tudo não é de um dia pro outro, o Cruzeiro não vai sair dessa situação em três, quatro jogos. Vai ter que penar um pouco mais por uma série de coisas que aconteceram antes. Não vamos aqui tapar o sol com a peneira, devagar a gente vai sair dessa situação. Muito trabalho, os meninos vão melhorar mas não deve ser cobrados deles a situação que o Cruzeiro passa nesse momento e sim auxiliá-los a progredirem. E auxiliá-los a progredir é ganhando alguns jogos para respirarmos um pouco melhor, declarou.
Após um primeiro turno irregular com apenas 17 pontos somados em 18 jogos e uma 18ª posição que resultou em três trocas de comando técnico, Felipão chegou com um contrato de 3 anos e a expectativa de realizar um projeto de longo prazo buscando uma reestruturação do clube. O treinador frisou a importância de ter paciência e que aguarda os reforços pedidos à diretoria.
Muita coisa para consertar, nós sabemos disso. Por isso que eu também aceitei essa situação de voltar ao Cruzeiro, porque o que presidente me apresentou e os dirigentes apresentaram foi um projeto. Para este ano, para o centenário no ano que vem e para 2022. Como é que nós podemos fazer juntos essa integração de grupo de atletas e clube, para que a gente saia dessa situação em que fomos colocados. E acho que na semana que vem eles (diretoria) estão trabalhando em outras áreas, mas estão trabalhando também com reforços. E a gente vai formar, na medida do possível, uma equipe mais forte a partir do segundo turno, para não corrermos esses riscos que estamos correndo agora, finalizou.