FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O Cruzeiro não teve forças para obter bons resultados na sequência contra adversários diretos pelo acesso. Quando iniciou a sequência diante do CSA, a distância para o 4º colocado era de sete pontos. Agora, após três jogos com dois empates e uma derrota, a equipe viu a distância subir para nove pontos e a necessidade de vencer todos os sete jogos restantes para manter o sonho vivo. Uma tarefa muito difícil, principalmente para um time que parece ter desistido de acreditar.
O técnico Luiz Felipe Scolari não escondeu o desânimo após a derrota por 2×1 da sua equipe para a Ponte Preta, de virada, no Moisés Lucarelli, em Campinas. O treinador se mostrou irritado e praticamente descartou a possibilidade de acesso à Série A do Brasileiro nessa temporada. Além disso, cobrou reflexão do clube para o planejamento de 2021.
Estamos trabalhando todos os dias para ter detalhes de uma equipe futura melhor do que estamos hoje. É desanimador? Claro que é desanimador. Para todo mundo. Não só para a torcida do Cruzeiro, mas para os jogadores e para o técnico, principalmente. Temos que fazer uma reflexão em todos os sentidos, para saber o que é que realmente vamos fazer com o Cruzeiro no ano que vem. E o que é que pode ser feito em razão de tudo que aconteceu este ano, disse.
Ao fim da 31ª rodada, a distância para o G-4 poderia ser de seis pontos, já que o Juventude tropeçou diante do Operário e perdeu o jogo. Porém, o Cruzeiro novamente não mostrou forças para encostar no pelotão de cima ao ver um adversário derrapar e apresentou um futebol pobre, sem ambição e optando por recuar ao sair na frente do placar, chamando o adversário e correndo riscos de sofrer o empate, castigo que aconteceu diante do empate contra o Avaí e na derrota de ontem. A Raposa segue com 40 pontos, na 11° posição.
Quando foi questionado na coletiva após o jogo sobre começar o planejamento de 2021, já que o acesso ficou praticamente inviável com o revés no interior de São Paulo, Felipão frisou que a possibilidade de rebaixamento para Série C ainda o preocupa e projetou garantir a pontuação necessária para seguir na Segunda Divisão sem correr riscos e, aí sim, iniciar às tratativas para o próximo ano.
Não é um assunto que tenho que resolver (financeiro). Tenho que resolver a minha parte dentro de campo, e a minha parte nós temos conversado sobre algumas situações, mas, em primeiro lugar, precisamos conversar sobre a situação atual. A situação atual ainda nos preocupa, e vamos esperar ter uma situação definitiva de conversa, de acerto e de detalhes, quando estivermos com os pontos garantido pelo menos para a permanência na Série B.
A derrota de virada diante da Ponte Preta foi um reflexo do que foi a temporada esportiva do Cruzeiro. Um futebol pobre e uma direção de futebol marcada por decisões questionáveis e que não obteve resultados satisfatórios no ano. A chegada de Felipão evitou o rebaixamento de um grupo que parecia fadado ao descenso, com 13 pontos em 16 jogos e amargando a vice-lanterna da competição. Hoje, soma 40 pontos em 31 jogos e precisa de uma vitória nas sete partidas restantes para afastar qualquer risco de queda. A reação trouxe esperança, mas a verdade é que o clube não se planejou corretamente para o ano mais difícil da sua história.