Fernando Diniz admite pressão e necessidade de vitórias após empate: “Tudo tem um limite”

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Na tarde deste sábado (25), o Cruzeiro empatou em 1 a 1 com o Betim, no Estádio Independência, pela 3ª rodada do Campeonato Mineiro de 2025. O resultado aumenta a pressão sobre o técnico Fernando Diniz, que não consegue transformar a posse de bola característica de sua equipe em vitórias. Após o apito final, o treinador comentou a respeito do desempenho, das críticas da torcida e do que considera necessário para reverter a situação.

Ciente da insatisfação do torcedor, que voltou a vaiar o time, Diniz reconheceu o momento difícil.

“A cobrança tem que existir, é uma cobrança porque os resultados são muito ruins. Até sábado, pela pré-temporada e os dois jogos, parece que foi muito distante, mas não foi. Jogamos bem contra o São Paulo, contra o Atlético e a Tombense. Mas a gente não precisa de jogar bem, a gente precisa de vitória. Agora, o trabalho nesse ano está se iniciando. Existem alguns erros por conta de tudo isso que está acumulando e a gente carrega o histórico do ano passado, já pressionado. E o torcedor tá indócil e no direito dele.”

Apesar disso, o técnico reiterou sua confiança no trabalho desenvolvido, mesmo sob forte pressão. “Esses resultados não têm defesa. É indefensável. Mas eu acredito no que a gente pode fazer no Cruzeiro. Temos margem para crescer e conquistar vitórias.”

Diniz promoveu alterações no intervalo que geraram desconfiança e dúvidas, como as entradas de Marquinhos e Villalba nos lugares de Marlon e William, buscando mais agressividade. Para o treinador, a mudança surtiu efeito, mas não foi suficiente para garantir os três pontos.

“Eu queria o que aconteceu no jogo. Que a gente fosse mais incisivo. Mais peso na área, mais cruzamento. A gente teve chance, teve bola na trave, chute do MP, do Gabigol, que poderiam ter entrado. Não queria o convencional, trocar lateral por lateral. Queria o que aconteceu no segundo tempo. Se tivesse jogado assim no primeiro tempo, talvez tivéssemos ganhado com certa facilidade.”

Sobre a opção por escalar três atacantes e a falta de ritmo de Dudu, que voltou após longo período afastado por lesão, Diniz reconheceu dificuldades. “O Dudu, todo mundo sabe, veio fora de ritmo, 2 anos sem jogar e vindo de cirurgia. Então a gente trouxe jogadores sabendo o risco que corria e com tempo, jogo e treinamento, adquirir a melhor forma. A gente espera dar a condição pra que ele volte a brilhar. Eu não gostei dos três atacantes. Mas o MP encostando no segundo tempo, sim. A gente tava com uma dinâmica baixa e errando passe bobo. O primeiro tempo não serve de base pro que a gente pretende do time.”

Após o jogo, tanto o CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, quanto o sócio majoritário da SAF, Pedro Lourenço, foram ao vestiário ter uma reunião com Diniz a respeito desse início de temporada. O técnico optou por não falar sobre o conteúdo da conversa, mas deixou claro se tratar de uma cobrança a respeito dos resultados:

“A gente teve uma conversa particular, não vou entrar no conteúdo da conversa. A reunião teve um conteúdo que tá claro. Uma cobrança em relação a mim.”

E ressaltou o que terá que fazer para recuperar a confiança da torcida:

“Tem que ganhar o jogo e campeonato. É a única saída que a gente tem. O torcedor tá no direito de vaiar, de estar impaciente e é isso mesmo. Procurar vencer. Tudo tem um limite. A gente tem que procurar vencer.”

O técnico também foi questionado sobre seu estilo de jogo, que envolve ter a posse da bola na maioria do tempo, e analisou:

“De uma maneira impositiva, quase todos os times que eu jogo tem recorde de posse de bola e a gente se impõe no campo do adversário. O ideal, ou perto do ideal, em termos de postura, é mais ou menos o que aconteceu contra o Tombense. A gente não foi eficaz de colocar a bola pra dentro do gol, mas teve um volume grande de finalização e cruzamento, não foi uma posse estéril. Primeiro tempo foi uma posse sem sentido.”

Por fim, Diniz falou sobre acreditar na sua capacidade e em mudar o rumo da temporada que começa de forma bastante oscilante:

“Não é o meu limite. A gente teve uma partida boa contra o Atlético-MG e equilibrada contra o São Paulo. A análise que pesa, o peso que a gente carrega, é do restrospecto do ano passado. E a sequência de resultado ruins, deixa o torcedor sem a mínima paciência e com toda razão. Mas eu acredito no trabalho e no que a gente pode fazer no Cruzeiro.”

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