
Em uma partida decisiva na batalha contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro conquistou uma vitória crucial sobre o Goiás por 1 a 0, na noite desta segunda-feira (27), na Serrinha. O gol da partida foi marcado por Robert, jovem talento da base celeste, que entrou no segundo tempo e contribuiu para a equipe abrir uma pequena margem da zona de descenso.
Após o apito final, o técnico Fernando Seabra, membro da comissão técnica de Paulo Autuori, compartilhou suas impressões durante a entrevista coletiva, detalhando as decisões táticas e o desempenho da equipe.
Entrada estratégica de Robert:
“Em relação a entrada do Robert. Característica do jogador pra circunstância do jogo. E o Goiás estava num momento de emergência ofensiva e se atirando. E a gente não estava numa circunstância de empurrar o adversário num bloco baixo. O Robert tem característica de acompanhar o contra-ataque, de puxar o contra-ataque, assim como é Bruno, como é Arthur, Wesley. Naquela circunstância, optamos pela característica dele. Mas estamos satisfeitos com o empenho nos treinamentos do grupo como um todo. A gente também confia em outros pra entrar, mas ele acabou treinando mais e as características do jogo pediam ele naquele momento. Ele, daquela posição pra chutar, é uma qualidade que ele tem. E a experiência, a vivência de não ter conseguido decidir aquele jogo contra o Corinthians, preparou ele. Nesse sentido, premia o clube pela coragem, premia o jogador, mas sobretudo premia o esforço coletivo de todos, porque na verdade cada jogo não é uma final não. É jogo da vida. Muito mais que final.”
Versatilidade de Japa:
“É um trabalho que a gente faz na base. Capacitar os jogadores para que eles leiam espaços e tenham uma inteligência para serem versáteis. Ele tem esse mérito, mas estamos preparando os jogadores como um todo. Ele acabou jogando como lateral na reta final do Sub-20, mas ele jogou a Copa São Paulo como um “cinco”. Quando um jogador vivencia diferentes posições no campo, isso acaba agregando pra ele leitura de jogo, versatilidade, desenvolvimento de ferramentas. É algo que a gente procura estimular em todos da formação.”
Preparação para os Próximos Jogos:
“A preparação é muito mais estudo e mental, porque são só 3 dias a cada jogo. A gente joga na rodada depois de todo mundo, com uma pressão da tabela e com menos tempo para preparar o próximo jogo. Três dias entre um jogo e outro, você não tem tempo hábil pra recuperar fisica e mentalmente todo mundo. A vitória ajuda muito.”
Cuidado com Wesley e entrada de Rafael Elias “Papagaio”:
“É um cuidado importante que a gente precisa ter. A gente não pode abrir mão de ninguém. Wesley é um jogador que tem suas características que causa muitas preocupações pro adversário. O lance que ele acabou perdendo o gol, no último jogo, ele fica marcado. A gente análise o lance, mas o comportamento geral. E a gente percebeu o Wesley conectado com os movimentos da equipe e isso deu uma segurança pra ele. A gente confia nele e em todos que estão lá.”
“Na circunstância do jogo hoje, a gente precisava de um jogador que pesasse um pouco a área, então a gente colocou o Rafael Elias e ele foi muito bem. Foi muito efetivo no jogo. Deu sequência nas jogadas, preocupou a defesa do Goiás, no lance do gol o Bruno acha o Robert, mas o Rafael atrai a defesa desse lado.”
Recepção no vestiário e peso da vitória na tabela:
“A recepção foi de uma festa geral. Todos felizes com o trabalho coletivo, pelo Robert. Esse tipo de situação gera confiança no grupo, nele, no futebol dele, na comissão com critério e com coragem. Mas volto a dizer, a gente tem outros jogadores capazes de entrar e ajudar. Ali o parabéns foi especial pelo carinho que a gente tem pelo Autuori, pela liderança que ele vem exercendo.”
“O peso (da vitória) é muito grande. Ao mesmo tempo, a gente sabe que não tem nada decidido, porque é um jogo de cada vez. Cada jogo tem sua história. A gente vem de 7 pontos em 9 não dá garantia nenhuma que a gente vai ganhar o próximo jogo. O que a gente tem que levar é o aprendizado do processo. O trabalho coletivo, individual, a dedicação e a objetividade de saber que a gente tem que investir tempo naquelas coisas que podem trazer o resultado pra nós. Nesse momento, é o que a gente precisa. Precisa ser pragmático. Um futebol de excelência, atrativo, é segundo plano. A gente precisa ser competitivo, uma equipe unida, que vai lutar em todas as bolas em todos os minutos até o final do jogo.”
Faltando apenas três partidas para o final do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro enfrenta uma sequência decisiva, e a equipe busca a continuidade desse momento positivo para afastar definitivamente o espectro do rebaixamento. O técnico Fernando Seabra destaca a importância de manter o foco e a dedicação diante dos desafios que estão por vir.