FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR / CRUZEIRO E.C.
O empate em 0 a 0 do Cruzeiro com o Botafogo não acabou após os apitos finais. Incomodado com a arbitragem de Denis da Silva Ribeiro Serafim (AL), o técnico Vanderlei Luxemburgo gastou boa parte da sua coletiva pós-jogo criticando a atuação do árbitro e também do atual chefe de comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba.
De acordo com Luxemburgo, o árbitro Denis da Silva compactuou com um possível antijogo praticado pelo Botafogo, parando o jogo a todo momento e não sendo justo com os acréscimos ao fim de cada tempo. Ao final da partida, o árbitro puniu Vanderlei Luxemburgo com um cartão amarelo. O técnico, que estava pendurado, não comandará o time na próxima rodada, contra o Avaí, fora de casa, na sexta-feira do dia 22.
“Eu tomei o terceiro cartão amarelo porque eu tava reclamando da morosidade do time dele pra bater o lateral, no primeiro tempo eles caíram no chão diversas vezes, ele deu cinco minutos quando os caras ganharam mais de oito, dez minutos. Tem uma hora que o cara caiu lá, ficou quatro quatro minutos… ele deu cinco minutos. Irritando os nossos jogadores, irritando o tempo todo de mandar os jogadores voltarem com a falta, voltar com arremesso lateral, entendeu? “
De acordo com a súmula da partida apresentada pelo árbitro, o motivo do cartão amarelo ao técnico Vanderlei Luxemburgo se deu por “reclamar contra as decisões da arbitragem”. O motivo coincide com o dito pelo técnico, mas ainda assim foi motivo de reprovação.

Parte da súmula que mostra as advertências do árbitro com o cartão amarelo. (IMAGEM: CBF)
“Nós tivemos que acelerar o jogo, porque ele jogou o jogo pra baixo, jogou o jogo pra ficar lento. E vai me dar o terceiro cartão amarelo de graça, não ofendi, não xinguei, não fiz nada, tava reclamando o seguinte: da morosidade do time Botafogo em colocar a bola em jogo que era uma coisa que ele deveria ter advertido no primeiro tempo ainda.”
Luxemburgo deixou claro em sua opinião que tanto a forma como o jogo foi conduzido, quanto o cartão que suspendeu ele, além de outros dois jogadores do Cruzeiro para a próxima rodada, se trata de algo feito propositalmente, com anuência do chefe de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba.
“Eu tomei o cartão e levei um susto. Mas por que eu tô tomando o terceiro cartão? É que ele sabe que eu tenho o segundo (estava pendurado) então eu tô fora do próximo jogo. Foi isso, ele veio no final do jogo pra me dar o terceiro cartão amarelo pra eu tá fora do próximo jogo. Ele deu pro Adriano e pro Giovanni, que os dois têm cartão amarelo (também estavam pendurados). Então, tem que reclamar é do Gaciba. A mesma coisa, Gaciba, presta bem atenção no que eu vou te falar: você colocou um árbitro de Santa Catarina para apitar o jogo contra o Operário. Você lembra o que ele fez? E hoje você botou um juiz para apitar o jogo, o presidente do Botafogo deu uma pressionada nele com dois clubes de Maceió interessados no resultado e você bota um juiz de Maceió pra vir apitar aqui e conduzir o jogo da forma como ele conduziu.”
As críticas a Leonardo Gaciba não cessaram por aí. O técnico também criticou a postura como o chefe de arbitragem da CBF lida com os erros dos árbitros, chegou a falar que o ex-árbitro é “prepotente” e disse que sua suspensão foi bem “encomendada”.
“Então eu lamento muito que o Gaciba não tem essa sensibilidade… não tem, ou quer que seja assim. Eu não sei, sabe?! De colocar um árbitro que tem dois clubes que tão disputando a possibilidade de uma classificação num jogo importante com dois adversários. Nós tentando subir e o outro que tá tentando a classificação. É muito complicado isso, é muito complicado Gaciba. Não dá pra eu entender isso, eu quero acreditar que não tenha nada, mas a atuação dele aqui e a maneira como ele me botou pra fora, foi bem encomendada.”