Vila Belmiro, chuva, Copa do Brasil… Não muito longe, em 2014, o Cruzeiro buscou uma classificação heroica para à final empatando em 3×3 após estar perdendo por dois gols de diferença. Quatro anos depois, retornamos ao templo de Pelé pelas quartas de final do mesmo torneio e na estreia do técnico Cuca, saímos com a vitória. Passo importante rumo à semi-final. A partida começou com novidade na escalação celeste. O volante Lucas Romero foi improvisado na lateral direita enquanto o titular Edílson ficou no banco. Mano sinalizava com essa alteração uma atenção maior ao flanco onde os rápidos Rodrygo e Bruno Henrique atacam, já que o argentino possui mais intensidade e velocidade na marcação.
O primeiro tempo foi característico das equipes de Mano Menezes, principalmente no mata-mata: pragmatismo e contra-ataque. Com duas linhas de quatro compactas e dando a bola para o Santos, que buscava explorar os corredores com Rodrygo pela esquerda e Bruno Henrique pela direita, mas sempre mudando de posição. Egídio e Lucas Romero conseguiram segurar bem o ímpeto do Peixe, foram responsáveis por 4 desarmes (2 cada um) dos 6 efetuados pela equipe celeste. O Maior de Minas, contudo não conseguia encaixar um contra-ataque e o motivo era simples: faltava velocidade e capricho no passe (apenas 77% de aproveitamento).
Robinho comemora o gol de Raniel após assistência. Resultado fundamental para o Cruzeiro. Foto: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
A postura reativa exige rapidez na recuperação de bola e as peças escolhidas são antagônicas a isto. Thiago Neves, por dentro, foi completamente improdutivo. A má fase do camisa 30 segue e o meia deu apenas nove toques na bola, nenhum levou perigo. Robinho, fixo na direita para auxiliar na marcação, pouco apareceu. Quando apareceu, deu ótimo passe para Arrascaeta desperdiçar uma chance clara, Vanderlei fez a defesa. O uruguaio era, junto com Egídio, o jogador que mais levava perigo ao Santos. Barcos, muito isolado, saia constantemente da área para buscar jogo. O Santos, por sua vez, não conseguiu furar o bloqueio azul. Apenas Bruno Henrique, aos 37′, e Pituca, aos 23′, levaram algum perigo a meta do Fábio.
No segundo tempo, o Santos começou pressionando. O resultado positivo era fundamental para os comandados de Cuca, já que estavam jogando em casa. Bruno Henrique pela direita, e Rodrygo pela esquerda davam muito trabalho a Lucas Romero e Egídio, respectivamente. Buscando mais mobilidade ofensiva, Mano lançou Raniel aos 9′ no lugar de Barcos, sumido no jogo. Aos 18′, Gabigol bateu com perigo à direita do goleiro Fábio. O Peixe buscava muitos cruzamentos e Dedé e Léo foram fundamentais. Juntos, somaram 17 rebatidas e 4 interceptações. Egídio e Romero tiveram 100% de aproveitamento nos desarmes (5 cada um) e com isso o Cruzeiro tentava controlar o jogo, sem agredir o adversário.
Aos 29′ e precisando de velocidade, Rafinha entrou na vaga do apagado Thiago Neves. Aos 33′, bate e rebate perto da área do Cruzeiro, Dodô mandou para o meio da área e Gabigol, livre, finalizou. Fábio fez ótima defesa e evitou o gol do Santos. Logo em seguida, aos 34′, Léo errou a saída de bola e Rodrygo avançou em velocidade, com Fábio saindo do gol para cortar. Aos 35′, Robinho – posicionado por dentro desde a saída do camisa 30 – deu ótimo passe para Raniel girar e, com muita qualidade, fazer 1×0 para o Maior de Minas. Com o resultado, Mano lançou Rafael Sobis para fechar o lado esquerdo e segurar o resultado. O próximo confronto entre as equipes é no dia 15/08.
O Cruzeiro abriu boa vantagem ao superar o Santos fora de casa e joga pelo empate no segundo jogo. Ainda que o desempenho da equipe passe longe de agradar ao torcedor, é o momento de fecharmos com o time em busca de mais um título nacional. Sei que é difícil, sei que pela qualidade do elenco poderíamos apresentar um melhor futebol, mas é esse o estilo do nosso treinador e não vai mudar. Juntos, sempre seremos mais fortes.
https://www.youtube.com/watch?v=h-Tk54scXjM
Veja o gol de Raniel que deu a vitória ao Cruzeiro
Foto de capa: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
Saudações celestes!
#MeDibre