A CONMEBOL É MESMO UMA VÁRZEA
Putz! Que heresia. Campeonato de várzea é organizadíssimo, tabela bem-feita, as equipes cumprem as datas e horários e quantos foram os craques que apareceram para o futebol atuando na várzea? Inúmeros. Hoje isso não acontece mais, motivos? Acabaram com quase todos os campinhos e a molecada até joga bola, só que no vídeo game.
Mas voltando ao assunto CONMEBOL. Acredito eu, que até em Saturno estão sabendo que a Venezuela está uma zorra. Não vou entrar em questões políticas, tenho aversão a esse treco. A pergunta é: Como que a entidade maior do futebol Sul-americano não pensou que poderia dar merda para o time do Deportivo Lara vir para Belo Horizonte?
A Venezuela sempre foi zoada, falo por experiência própria. Vamos lá.
Ao desembarcar no país já começam os problemas. Como a grana lá é curtíssima a turma tem que se virar como da. Chegou com equipamento de filmagem? Fato, ele vai ser confiscado, pode apresentar a nota fiscal, o que você quiser, só liberam os bagulhos mediante a pagamento (propina, suborno).
Meu grande chegado André Amaral, um dos maiores cinegrafistas desse país, já passou foi é muita raiva na Venezuela.
Continuemos. Como falei anteriormente, o povo venezuelano vive numa total escassez de tudo, material para higiene pessoal, limpeza, comida. Agora pensem comigo: Se faltam coisas básicas para a sobrevivência do ser humano, imaginem o danado do dinheiro! É um artefato raro no país e a falta da “plata” acaba por tornar as pessoas extremamente perigosas.
Exemplo. Estava eu saindo do hotel onde o Cruzeiro estava hospedado, contando uma mixaria de bolívar (moeda venezuelana) e mais outra mixaria de dólar, a intenção era encontrar algum local para comprar cigarro (vício maldito). Meu! veio um rapaz do hotel numa carreira gritando: Senhor, senhor, no haga eso (tirei onda, tradução: Não faça isso). Bicho eu mal tinha saído do hotel, acho que não tinha andado nem uns 20 metros. Tomei um susto, estava com os olhos arregalados, deu até taquicardia de susto.
Perguntei apavorado para o camarada o que era para eu não fazer e ele respondeu: – No se cuenta dinero en la calle, usted puede ser muerto por eso (tirei onda novamente, tradução: Não se conta dinheiro na rua, você pode ser morto por isso). Fiquei todo cagado.
Querem mais exemplos, então lá vai. Quando o time vai fazer algum treino, tipo reconhecimento do gramado do estádio onde o Cruzeiro vai enfrentar seu adversário, o Geraldinho, roupeiro, algumas vezes sai antes de todos para deixar tudo organizado para boleirada. E ele fez isso em terras venezuelanas. Arrumaram um caminhãozinho baú para ele colocar os equipamentos para o treino e seguiram para o estádio.
O que eles não sabiam é que o caminhãozinho estava sendo seguido por uma motocicleta e por sorte uma viatura policial apareceu e colocou os camaradas para correrem, provavelmente iriam tentar roubar o nosso estimado Geraldinho.
Depois disso percebi ou entendi um pequeno fragmento do que é a Venezuela. Um país de um povo sofrido, onde impera a pobreza, o desespero e uma total falta de esperança de dias melhores. O venezuelano sobrevive ao presente e não ousa pensar em futuro e esses fatores acabaram por tornar esse povo que você percebe, você vê mesmo nos olhares tristes, que são do bem, que poderiam ser felizes, mas o descaso do mundo para com eles os tornaram infelizes, desesperados, aflitos, famintos, alguns se tornaram bandidos, assassinos, ladrões. É triste
Esses fatos aconteceram em Caracas, capital da Venezuela, no ano de 2010, quando o Cruzeiro empatou com o Deportivo Itália por 2 a 2, em jogo valido pela fase de grupos da Libertadores.
Concluindo. há 9 anos o bagulho lá era muito zoado, mas dentro dessa zoeira existia um tipo de desordem… ordenada. Aos trancos e barrancos o país funcionava. Atualmente a zona tomou conta e nada funciona, o povo está revoltado, militar está desertando e tentando vir para o Brasil, falta luz, água, comida, dinheiro, papel higiênico para limpar a bunda! Será que os pré-históricos da CONMEBOL acharam que esse estado de calamidade não afetaria o futebol?
Não da para falar que era previsível que o Deportivo Lara teria sérias dificuldades para chegar ao Brasil, era algo obvio, certo como 2 + 2 são 4.
Só os Neandertais da CONMEBOL não se tocaram disso. Também esperar o que de uma entidade que não consegue organizar uma final de competição. Olhem o papelão que foi a final entre Boca e River na edição do torneio do ano passado. Um vexame sem precedentes.
Para compensar as suas incapacidades e incompetências, o que eles fazem? Se apegam a minucias, tipo sacanear os torcedores de todas as formas, nada pode. Bandeira, foguetório e por aí vai.
Tomara que a equipe venezuelana consiga chegar a BH na quinta e o Cruzeiro que já vá se planejando para quando for jogar lá e oremos para que o Benecy fique longe, bem distante da organização da viagem, por que se tiver dedo dele, vai dar merda.