FOTO: STEFANO MARCHESINI / DEUS ME DIBRE
A vitória do Cruzeiro por 1 a 0 contra o Operário, ainda não classificou o time matematicamente à Série A do Campeonato Brasileiro, mas com os 62 pontos conquistados, as probabilidades de acesso superam os 99,99%. E é nesse contexto que Paulo Pezzolano, técnico responsável por retomar o caminho de glórias da Raposa, falou sobre a partida e sobre o futuro em sua entrevista coletiva.
Falando da partida, que apesar de muito disputada, teve total domínio do Cruzeiro, Pezzolano ressaltou a entrega da equipe, a intensidade, elogiou seus jogadores e comentou sobre a dificuldade imposta pelo adversário.
“O jogo foi duro, por tudo que falamos, a ansiedade da equipe de saber que está perto, se ganhássemos, estaríamos mais perto, somamos os pontos que na média são para subir, tudo isso gerava muita ansiedade antes dos jogos. Custamos fazer gol, jogamos contra dois rivais difíceis, se olharmos na tabela, o Operário tá brigando para sair do rebaixamento e cada ponto para eles é vital. Foi difícil, mas os jogadores dentro de campo deram o máximo e saiu o resultado. Parabéns para os jogadores, muito orgulhoso dos jogadores.”
O técnico também foi questionado sobre o acesso. Pezzolano diz entender que a pontuação atingida representa uma média histórica para os times que subiram na Série B, mas o técnico prefere trabalhar com o certo e só comemorar quando existir a garantia matemática da situação.
“Sobre o acesso, sem dúvida estamos mais pertos, mas até que não feche matematicamente, vamos seguir trabalhando. Faltam 9 jogos, temos que fechar matematicamente e podemos falar que estamos na primeira divisão.”
“É muito emocionante ver os torcedores e os jogadores. Você sabe que é muito difícil ascender, muito difícil a Série B, muito competitivo, jogamos em campos duros, a logística, quando você retrocede na memória, sabe que passou por momentos muito duros e que não é fácil vencer. Sobre os torcedores, não tenho palavras pra eles, desde que eu cheguei aqui, no primeiro jogo, foi impressionante como o torcedor puxou sempre. O que conseguimos de mais importante esse ano foi a união de torcedores, jogadores, comissão técnica e direção. Hoje o Cruzeiro é uma equipe muito forte em todos os sentidos.”
Sobre o planejamento para a temporada de 2023 e a possibilidade de utilizar jogadores variados nessa reta final, como uma espécie de teste para ver o que pode ser aproveitado no próximo ano, o técnico preferiu focar no próximo adversário e montar uma sequência de vitórias.
“Ainda não estou pensando no ano que vem. Estou pensando em ganhar no próximo jogo. Para nós é muito importante seguir ganhando. E vai seguir jogando os jogadores que estiverem melhor na semana. Depois veremos quais jogadores terão oportunidades que ainda não tiveram, mas seguramente todos vão ter oportunidade e precisam estar preparados. E eu sei que estão preparados, porque estão treinando duro.”
Questionado sobre o seu entendimento de como a torcida do Cruzeiro já o considera um técnico memorável, dentro de uma galeria de ídolos, o técnico diz que ainda não tem dimensão do que isso representa e ressalta seu projeto a longo prazo: conquistar títulos ainda mais importantes com o clube, depois de buscar a taça da Série B.
“Na realidade, não. Mas eles me fazem sentir sempre, na rua, no estádio. Me fazem sentir como um treinador importante. O que nós conseguimos é algo difícil, é verdade. Pegar o Cruzeiro depois de dois anos na segunda divisão, indo jogar o terceiro ano na segunda divisão. Como estava o Cruzeiro e tudo, era muito difícil, porque no futebol existe a transição. Eles sabem que é muito difícil subir, que é difícil jogar como nós jogamos na segunda divisão, o que hoje conseguiu o Cruzeiro em ser superior em pontos e dentro de campo, isso é o que valoriza eles. Gostaria de ficar na história para ganhar coisas importantes de verdade para o Cruzeiro, não só a segunda divisão. É um renascer do Cruzeiro, por isso é tão importante. O torcedor via um clube perto de desaparecer, quase.”