FOTO: BRUNO HADDAD/CRUZEIRO E.C.
Após seis meses no Rio de Janeiro e sete partidas oficiais pelo Fluminense, o veterano Henrique acertou seu retorno ao Cruzeiro. A possibilidade surgiu nos últimos dias e o técnico Enderson Moreira deu o aval para o regresso do volante. A questão salarial ainda não foi definida, mas a tendência é que o jogador reduza seus vencimentos para o teto estipulado de R$ 150 mil e parcele o restante para ser recebido a partir de abril do ano que vem, como fizeram Fábio, Ariel Cabral e Léo.
Em quase dez anos, Henrique conquistou dez títulos pelo Cruzeiro: Seis campeonatos mineiros (2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014) e duas Copas do Brasil (2017 e 2018). Com 516 jogos oficiais, está na oitava posição entre os que mais jogaram com a camisa do Maior de Minas. Apesar dessa histórica rica e recheada de conquistas, Henrique ficou marcado por ter sido o capitão do rebaixamento em 2019, ano que o clube esteve envolvido em diversas denúncias de corrupção dos dirigentes e também “má vontade” de alguns atletas. A rota de colisão de Thiago Neves com Rogério Ceni foi um dos episódios em que a torcida cobrou mais “firmeza” do capitão, sendo que vendo de fora parecia faltar liderança. Também pegou mal a entrevista em que, ao lado do Itair, garantiu não haver crise nem salários atrasados (após a derrota por 4×1 para o Fluminense, pelo Brasileiro).
Em contato com o Deus me Dibre, o volante declarou que a identificação com o clube foi crucial para o retorno. “Coração e cabeça nunca saíram de Belo Horizonte, vamos colocar o trem de volta aos trilhos”. Apesar da vontade do atleta ter pesado para o retorno, é bom esclarecer que tecnicamente o volante não vive sua melhor fase. A idade parece ter chegado e ano passado já era possível notar a dificuldade em marcar jogadores mais rápidos e cobrir grandes áreas do campo, resultando em atuações abaixo da média. Segundo o site de estatísticas Sofascore, Henrique disputou 33 jogos pelo Cruzeiro no Brasileiro e teve nota de 6.96. Foi o 7º jogador geral com mais desarmes (74), e 1º do clube. Não marcou gols nem deu assistências.
Henrique tem uma bela história no Cruzeiro, mas sua saída não foi bem conduzida e chateou grande parte da torcida. Pode ajudar com sua experiência, mas pode ter dificuldades em se adaptar ao sistema do Enderson, que exige bastante fisicamente dos jogadores de marcação no meio-campo. Com três “veteranos” – Henrique (35), Cabral (32) e Jean (34) – atletas mais jovens como Jadsom, Adriano e Pedro Bicalho correm o risco de perderem espaço, algo que deve ser observado. A volta do veterano pode ser positiva para o ambiente e pela sua identificação, mas tecnicamente não inspira confiança. A reconstrução também passa por valorização de ativos.