HORA DE USAR A BASE

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Foto: Cruzeiro E.C./Flickr Oficial

O Cruzeiro aumentou sua dívida geral de R$ 384 milhões em 2017 para R$ 520 milhões em 2018, não tendo o balanço financeiro da última temporada aprovado. É algo desesperador e muito preocupante, podendo gerar, inclusive, sanções. O Conselho Fiscal renunciou e novas eleições estão marcadas para o dia 1° de julho. Tantos problemas tem motivo: O clube é gerido há várias temporadas de forma irresponsável, gastando mais do que arrecada e sabe-se lá mais o que. Para corrigir essa rota, precisamos dar espaço pra base.

Após perder Lucas Silva (retorna ao Real Madrid após o fim do seu empréstimo) e Murilo (negociado com o Lokomotiv Moscou) não há recursos para contratações. O recente vice-campeonato da Copa do Brasil Sub-20 demonstra que há bons valores. Cabe ao técnico Mano Menezes lapidá-los e colocar para jogo. A salvação vem justamente da formação de atletas. Todos os clubes responsáveis investem pesado na base pois sabem que o retorno é garantido quando bem feito, além de mais barato ter um jovem atleta do que um medalhão. O processo de transição no Cruzeiro vem ocorrendo de forma equivocada. Do ano passado pra cá, nenhum jovem conseguiu se firmar no profissional ou recebeu uma chance concreta de atuar. Cacá e Rafael Santos, promovidos no ano passado, entraram em campo pouquíssimas vezes. Somados, os promovidos em 2018 atuaram apenas 287 minutos.

Na terça-feira, o zagueiro Edu, de 19 anos, passou a treinar com a equipe principal. Antes dele, o lateral direito Weverton, o volante Adriano e o meia Maurício já haviam sido promovidos. Ederson, volante contratado no ano passado e que já fez cinco jogos no profissional, também retornou após boa campanha com o Sub-20 na Copa do Brasil, onde marcou 3 gols. Inclusive, ele deve ser observado de perto por Mano Menezes para, eventualmente, suprir a vaga deixada por Lucas Silva. Ederson possui boa técnica e condução de bola, gosta de subir ao ataque e pisar na área para tentar marcar gols. Ainda precisa melhorar seu aspecto físico e o nível de intensidade, pois fica disperso em alguns momentos dos jogos, algo normal pra idade. Adriano, outro volante de potencial, marcou 2 gols em 6 partidas da Copa do Brasil e tem uma função similar a do Henrique. Primeiro volante, atua à frente da zaga, tem bom passe curto e seu estilo é de marcação é mais posicional e menos agressivo. Por ser alto, vai bem nas bolas paradas ofensivas e defensivas. Tem um biotipo que agrada ao técnico.

Maurício é um meia-atacante de velocidade, bom drible e dotado de boa visão de jogo para criar oportunidades de gol. Bastante vertical, sempre parte em direção do gol quando tem a bola dominada. Pode atuar aberto pela direita ou esquerda, centralizado e como segundo atacante. Sua versatilidade é o que esperamos de um jogador moderno. Tem imenso potencial e merece chances, assim como o lateral Weverton. Dotado de boa estatura para um defensor (1.80) o atleta recém chegado do Figueirense apoia com qualidade, tem bom cruzamento e também pode jogar pela esquerda. Não deixa a desejar defendendo.

De todos eles, talvez o que encontre mais concorrência no setor é Vinicius Popó. Com Fred, Sassá e Raniel no elenco, fica complicado pro jovem artilheiro conseguir jogar. Porém, ainda é bastante jovem e com paciência pode galgar espaço na equipe. É fundamental que haja cobrança por parte da diretoria para que o técnico Mano Menezes finalmente dê oportunidades reais para nossa categoria de base. O time passa por um momento ruim, é verdade, sabemos que não é o melhor momento para lançar jovens. Contudo, não podemos mais esperar. Há uma safra boa merecendo chances e, com tantas competições simultâneas, a hora é agora. Afinal, se base fosse um negócio ruim não teriam tantos empresários emprestando dinheiro pro clube em troca de porcentagem de jovens promessas.

#MeDibre

 

 

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