O Cruzeiro passou por um jejum de quatro jogos sem vitória, com dois empates e duas derrotas, desde a estreia do técnico Zé Ricardo. A falta de resultados positivos culminou numa aproximação perigosa da equipe em relação à zona de rebaixamento. Após a derrota para o Flamengo, na última quinta-feira, o clube passou por um turbilhão de cobranças, desde a declaração polêmica dada por Ronaldo, sócio majoritário da SAF, onde pedia mais apoio da torcida, às cobranças no sábado em frente a Toca da Raposa II.
Todo esse clima sinalizava um jogo difícil no clássico, onde o rival vinha de bons resultados no campeonato e apenas um ponto do G-4. No entanto, o Cruzeiro mostrou personalidade, fez um jogo superior na Arena MRV e conseguiu a primeira vitória da história dos clássicos na casa do rival, aliviando a pressão e sendo motivo de muita comemoração de atletas e comissão técnica.
Zé Ricardo optou por manter a estratégia que havia utilizado contra o Flamengo, o que incluiu a escalação de três jogadores de mais marcação no meio de campo. Filipe Machado retornou após cumprir suspensão e substituiu Ian Luccas no meio-campo e teve atuação de destaque ao lado de Lucas Silva e Matheus Jussa. Essa mudança foi fundamental para o bom desempenho do Cruzeiro na partida.
A equipe também melhorou principalmente na segunda etapa quando Zé Ricardo deslocou Bruno Rodrigues para o lado esquerdo e Arthur Gomes passou a atuar por dentro, deixando o lado direito aos cuidados de Matheus Pereira. Com a entrada de Rafael Elias, a equipe ganhou mais profundidade e presença de área, o que acabou forçando o zagueiro Jemerson a cabecear contra o próprio patrimônio, preocupado com a chegada dos atacantes na área rival.
O Cruzeiro recuperou a confiança não apenas devido à vitória em um clássico de grande importância, mas também devido à maneira como essa vitória foi conquistada. O clássico representou uma oportunidade valiosa para dar uma guinada nessa reta final do Campeonato Brasileiro. O time ainda se encontra em perigo próximo da zona de rebaixamento e sob pressão para conquistar bons resultados, como voltar a vencer no Mineirão, algo que ainda não ocorreu nessa temporada após oito jogos.
Na quarta-feira, a equipe terá a oportunidade de colocar em prática essa retomada de “identidade” citada pelos atletas ao final do jogo e encarar uma decisão contra o Bahia, adversário direto e que vem de bons resultados no Campeonato. O jogo promete grande público no Mineirão, e a sinergia entre torcida e equipe tem tudo para ser mantida em caso de vitória e mais tranquilidade para as 10 rodadas finais do torneio.