
O Cruzeiro entrou em campo nesta quarta-feira, no Mineirão, para realizar um amistoso de intertemporada contra o Corinthians e saiu derrotado por 2×0. Os gols foram marcados por Romero e Pedro Henrique, um em cada tempo. Vamos as impressões da partida.
Bom, é natural que o time sinta a falta de ritmo de jogo pela pausa para Copa do Mundo. A última partida oficial aconteceu contra o Paraná, no dia 13/6, 21 dias atrás. Contudo, os problemas apresentados pela equipe seguem os mesmos que já conhecemos: Falta intensidade do meio para frente. Thiago Neves e Robinho estão pesados, Sobis como centroavante sai da área mas não há infiltração. Rafinha foi o melhor em campo na primeira etapa ao atacar, buscando jogo e em alguns (poucos) momentos colocou agressividade ao nosso trabalho ofensivo.
O gol do Corinthians saiu aos 12 minutos de forma um tanto quanto bizarra. O goleiro Walter cobrou o tiro de meta e a bola caiu nos pés do atacante Clayson, que infiltrou no espaço entre o Edílson e Dedé, avançou sem marcação e tocou para o Romero atacar às costas do Egídio e fuzilar o gol do Fábio. Foi o único lance de perigo da equipe paulista que se defendia de forma compacta com duas linhas de 4. No último terço ofensivo, davam espaços entrelinhas, mas Thiago Neves explorou pouco o setor. O time do 1° tempo jogou com Fábio, Edílson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Silva, Rafinha, Thiago Neves, Robinho e Rafael Sobis.
O objetivo do amistoso era dar ritmo, mas também serve para analisar essas situações de jogo que em nível alto de competitividade exigirá alternativas. Robinho segue muito abaixo do que já rendeu um dia. Lento, sem explosão muscular, não consegue acelerar os ataques e sempre opta por temporizar às jogadas, fazendo com que o time fique ainda mais cadenciado e pouco incisivo. Seus gestos técnicos estão numa rotação abaixo, algo precisa ser feito e todos sabemos o que é.

Está difícil, Robinho… Foto: Vinnicius Dias/ Cruzeiro E.C.
No segundo tempo ocorreram nove mudanças, com a equipe distribuída com Rafael, Ezequiel, Manoel, Murilo e Marcelo Hermes; Lucas Romero, Ariel Cabral, Lucas Silva (Marcelo) e Mancuello; Patrick Brey e Rafael Sobis. Com essas alterações, houve uma sensível melhora principalmente na velocidade da equipe no campo ofensivo. Mano Menezes testou um losango com Romero na ponta defensiva, fazendo a saída de bola com mais qualidade e intensidade que o Henrique, Lucas Silva pela direita e Ariel Cabral pela esquerda. Mancuello atuou mais adiantado, na função outrora realizada por Thiago Neves e foi muito bem. O argentino deu bons passes, apareceu com perigo na área e cobrou uma falta com perigo. Fica a dica, Mano: não coloque Mancu na ponta esquerda, seu rendimento melhora atuando por dentro, vendo o jogo de frente. Patrick Brey entrou com personalidade e perdeu uma grande chance. O jovem mostra potencial, mas ainda precisa evoluir fisicamente para não cair com qualquer trombada. Apesar disso, deixou boa impressão.
Em um lance de bola parada, numa cobrança de falta pelo lado esquerdo, Jadson colocou a bola nos pés do zagueiro Pedro Henrique. O lance foi duvidoso, mas Ezequiel dava condição legal. Segundo ataque do Corinthians no jogo e 2×0 no placar. O Cruzeiro criou oportunidades para não perder o confronto, faltou aproveitá-las. A propósito, precisamos falar sobre o nosso lateral direito. Obrigado pelos serviços prestados, mas já deu. Não apoia nem defende com qualidade, não fecha a boca e sempre está envolvido em algum lance que nos desfavorece. Chega! Nada contra o ser humano, mas para vestir essa camisa precisa ter qualidade.
Não vou cobrar resultado em um amistoso de intertemporada, mas ficou nítido para quem assistiu que os problemas do Maior de Minas não sumiram com a parada para Copa. Com a lesão do Sassá, ficamos apenas com Raniel disponível para atuar como centroavante e Rafael Sobis mostrou que apesar de ser voluntarioso, não vai dar conta. A produção ofensiva com ele é baixa. Falta força, ímpeto, presença de área e faro de gol. David precisa estar 100% até o retorno e jogar bola, pois a falta de um velocista pode custar caro. Sigo achando que apenas ele e o Rafinha como opções é pouco para o clube.
Taticamente foi um Cruzeiro que estamos acostumados a ver, marcando em bloco médio sem bola, fazendo uma pressão apenas quando o adversário se aproxima do nosso campo e atacando com apoio dos laterais em busca de cruzamentos. No segundo tempo, ensaiamos um losango e uma marcação mais alta que deu resultado em termos de criação, mas faltou concluir bem.
O próximo amistoso entre os dois clubes acontece na próxima quarta-feira, dia 11, em Itaquera.
Saudações Celestes!
#MeDibre