“Infelizmente, pra nós, é mais do mesmo”, diz o técnico Pepa após derrota no clássico

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FOTO: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO

A derrota do Cruzeiro no clássico contra o Atlético, pela 9ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro apresentou um roteiro bem parecido com o que vem sendo os últimos duelos da equipe comandada por Pepa: volume ofensivo, pouca eficiência e vacilos defensivos que custam a vitória e pontos na competição.

Em sua coletiva após o jogo, Pepa também sinalizou que esse problema vem se repetindo e que é preciso trabalhar com mais calma e eficiência, para transformar um volume improdutivo em gols. Apesar disso, o técnico optou por não direcionar a culpa diretamente a nenhum atleta, nem mesmo aos centroavantes Henrique Dourado e Gilberto.

Outro ponto questionado na coletiva e respondido por Pepa diz respeito aos reforços para a equipe na abertura da próxima janela de transferência, o incômodo com a atual sequência negativa da Raposa na temporada e algumas opções utilizadas no próprio clássico.

Confira os principais pontos da coletiva do técnico Pepa na noite do último sábado (3):

Análise do jogo

“O jogo infelizmente, pra nós, é mais do mesmo. E é algo que está identificado e temos que resolver. Temos que resolver com concentração, melhores execuções, muitos não podem entrar na questão mental de que temos muito volume e muitas oportunidades, muitos chutes, muitos escanteios e quando encontramos uma equipe baixa como foi no segundo tempo, temos que saber lidar melhor com isso. O goleiro do Atlético foi um dos melhores em campo. Nós tivemos uma entrada que não foi muito positiva, os primeiros 10, 15 minutos, depois equilibrados, sofremos um gol e depois disso tentamos muito. Não perdemos a cabeça. Não foi um jogo de chuveirinho. A segunda parte foi praticamente toda nossa. Torna-se um pouco repetitivo, um pouco frustrante, pra não dizer muito. A forma como nós conseguimos ter tanto volume, tantas oportunidades, mas temos que conseguir fazer mais e melhor. Temos que conseguir melhorar isso.”

Mudança de foco

“Analisando os jogos, uma coisa é certa. Não vamos alterar a forma como jogamos. Dominamos o Grêmio e dominamos o Atlético, agora, temos que corrigir aquilo que estamos a fazer. Que é melhores decisões no último terço. Não é por falta por oportunidade. Procuramos por fora, por dentro, no segundo tempo muito tempo perdido e quem tá lá pra decidir é o árbitro, se tiver que dar 14 minutos, que dê. Não é por aí. Mas o jogo na segunda parte teve muito tempo parado. Mas, mais uma vez, vou ser repetitivo, não entramos no desespero, não entramos no chuveirinho. A nossa forma de jogar, de dominar o jogo, é a forma de ganharmos o jogo. Mas está a faltar isso, a capacidade de finalizar melhor a jogada e conquistar os pontos.”

Trabalho de finalização

“Nos últimos dois jogos, os goleiros foram os melhores em campo. Somos nós, temos que fazer mais e melhor no último terço. É muito volume ofensivo pra ficar no zero. Pode ser da questão emocional, começar a entrar na cabeça que a bola não entra… mas entra. E só entra com esse volume ofensivo. Nós criamos muito e não fizemos gols.”

Reforços para o elenco

“São questões internas. O elenco está a ser analisado e avaliado desde o elenco. Stênio entrou bem, Dani entrou bem. Vamos ser pra guerra com quem temos, confiança total no elenco e quando chegar o mercado, vamos internamente falar sobre isso.”

Como trabalhar a paciência

“Sobre a torcida, é agradecer ao apoio. É de outro mundo. Essa paciência nós temos que ter, é um processo evolutivo. Estamos numa fase que criamos muito e não fazemos gols. E a responsabilidade não é do Dourado ou do Gilberto, é de todos nós. Essa precipitação começa a pesar um pouco. Não é o pesar da forma como a equipe joga. Temos que fazer gols, ser mais calmos no último terço, na decisão, agora, no gol, temos que melhorar o trabalho e ter muita cabeça.

Sequência negativa

“Incomoda, claro que incomoda. Sobre esse jogo, já não podemos fazer nada. É recuperar bem. Semana cheia e recuperar esses pontos já contra o Bahia, nosso foco já é esse.”

Opção entre Gilberto e Dourado

“É tudo. Condição física, opção pro jogo. Quando eu disse que a responsabilidade não é deles, é que não é só deles. A questão é pura e simplesmente de opção, e gestão e condição física. A confiança é total em todas e a sequência tem sido dada. Isso é natural, essa opção tanto do Gilberto como do Dourado.”

Opção por iniciar com Jussa

“Foi opção. O Atlético tem muito jogo interior e o Jussa foi importante na proteção dos zagueiros, naquela primeira bola, do rebote. Foi pena o amarelo que acabou por condicionar um pouco, mas foi opção por condicionar o jogo. Fez por merecer e mereceu está estreia na equipe titular.”

Situação como mandante e mudanças de estádio

“Vemos da forma como é. Que não há nada a fazer. Temos que estar preparados para jogar todo lugar. É uma coincidência termos ganhado todos os jogos no Independência. Cabe-nos a nós não arranjar desculpas. O jogo que eu não gostei nada da nossa exibição foi o Cuiabá, em casa. Agora, esses dois últimos jogos, criamos muito. É um sentimento de frustração enorme. Com mais critério e mais calma na decisão, os gols vão aparecer.”

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