
FOTO: RICARDO DUARTE / INTERNACIONAL
Hoje é decisão. Pelas semifinais da Copa do Brasil, o Cruzeiro enfrentará o Internacional no Mineirão pelo primeiro jogo do confronto precisando de um bom resultado para espantar a crise e se aproximar da sonhada final. Seria a terceira de forma consecutiva em busca de um inédito hepta-campeonato. O momento dentro de campo é o pior possível, com o maior jejum de gols da história do clube: sete partidas. Uma vitória nos últimos 17 jogos e 10 rodadas seguidas no Brasileiro sem vitória.
O duelo entre Cruzeiro e Internacional em mata-matas é desequilibrado. O Colorado possui ampla vantagem, saindo vitorioso nos confrontos da Taça Brasil (62), final do Brasileiro (75), semifinal Brasileiro (87), quartas de final do Brasileiro (88) e Sul-Americana (2004), enquanto o Cruzeiro venceu nas quartas de final do Brasileiro (2000). Para falar sobre o adversário, convidei o amigo Lucas Richter, dono do @intertaticando no Twitter. Perfil especializado em absolutamente tudo do clube. Confiram abaixo o que ele tem a dizer:
Da queda para a segunda divisão até o retorno as grandes noites de Copas, o Inter entrará em campo na noite desta quarta-feira em busca de mais uma confirmação para o trabalho que está sendo conduzido por Odair Hellmann desde as rodadas finais da Série B e que hoje parece distante na memória do torcedor colorado. Salvo os casos da venda de Iago para o futebol alemão e as constantes lesões de Rodrigo Dourado, a estrutura do time titular colorado foi mantida após a campanha acima das expectativas em 2018. Com uma dupla de zaga de alto desempenho em grandes jogos e um Marcelo Lomba que assumiu a vaga de Danilo Fernandes com louvor, o alvirrubro gaúcho é reconhecidamente um dos melhores sistemas defensivos do país nas últimas temporadas.

Provável Inter. Lindoso é dúvida, assim como o substituto de D’Alessandro.
Contudo, ainda na defesa, há grande questionamento nas laterais. Zeca, com lesão após o retorno da pausa pra Copa América, está em disputa por espaço com o experiente lateral Bruno (ainda titular) no lado direito. Enquanto isso, no lado esquerdo Uendel é o jogador mais questionado na formação considerada ideal e ainda vê crescer a pressão em favor do recém-chegado Natanael, com atuações convincentes no Campeonato Brasileiro. No meio de campo, há uma sinalização clara quanto aos titulares: Rodrigo Lindoso assumiu a antiga posição de Rodrigo Dourado no 4-1-4-1 de Odair Hellmann e parecia ser difícil vê-lo perder espaço após os últimos meses. No entanto, saiu com uma entorse no jogo de volta da Copa Libertadores diante do Nacional no Estádio Beira-Rio e é dúvida para o confronto (viajou em separado para Minas Gerais, na segunda-feira). Caso não esteja liberado, a tendência parece ser a substituição natural por Rithely, em péssima fase. Correndo por fora, existe a possibilidade que o jovem Nonato entre no time pelo lado direito, recuando Edenilson para a primeira função e mantendo Patrick como o terceiro nome deste triângulo no meio de campo, recuperado após a queda física no segundo semestre do ano passado.
Andrés Nicolás D’Alessandro, no auge de seus 38 anos, ainda é o “senhor do tempo” atuando na ponta direita do meio colorado com total controle sobre o estado anímico e técnico dos seus colegas de equipe. Será um desfalque importante para o esquema colorado não poder contar com o argentino no jogo de ida no Estádio Mineirão. Na falta do camisa 10, há duas prováveis opções: o hierárquico atacante Rafael Sobis, cada vez mais decisivo e figura conhecida do torcedor cruzeirense, ou o vertical Wellington Silva, aparentemente recuperado após meses de situação indefinida em relação ao clube e à própria carreira. Martín Sarrafiore, pelo histórico de pouco aproveitamento, parece distante de ser uma das possibilidades. Com a necessidade de respostas maiores para o torcedor, Nico López é o jogador com maior liberdade de movimentos no ataque, partindo do corredor esquerdo na maior parte do jogo. Esteve em evolução nos últimos confrontos, mas ainda está devendo os gols que se espera de um jogador contratado do Nacional-URU e com status de maior estrela do clube.
Na referência ofensiva, Inter contará com a versão mais decisiva da carreira de Paolo Guerrero, determinante para as classificações coloradas na Copa do Brasil e na Copa Libertadores da América e com 7 gols marcados nos últimos 10 jogos. Em uma previsão sobre o cenário desta primeira partida, o Inter deverá pressionar o Cruzeiro em exaustão no meio de campo, mas é difícil imaginar a equipe de Odair almejando assumir o protagonismo no Mineirão, ainda mais sem ter D’Alessandro. Até pelo estilo de jogo do Cruzeiro dentro de casa nas mãos de Mano Menezes, acredito que será uma disputa nos detalhes e sem chance de resultados fora do comum (o empate é uma tendência). Apostaria que Luis Orejuela poderá ser chave para os desejos cruzeirenses dentro da eliminatória em um lado frágil defensivamente do Inter. Os desfalques e seus possíveis substitutos também podem interferir diretamente no contexto deste enorme confronto que se avizinha no Estádio Mineirão. Mas uma dúvida não há: com a confirmação de que a transmissão em televisão aberta será para todo país nesta noite de quarta-feira, o jogo ganha contornos de epopeia e promete ser mais um capítulo enorme do confronto entre o azul mineiro e o vermelho gaúcho.
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