INVESTIMENTOS DE 2018: O QUE APRENDER COM ELES?

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“Está provado aí: dinheiro traz dinheiro” – Itair Machado

Essa frase foi bastante utilizada pelo vice-presidente de futebol, Itair Machado, ao longo de 2018. De fato, o planejamento da temporada foi ousado com investimentos que ultrapassaram a casa de R$ 20 milhões de reais em um elenco que já era qualificado, fazendo a folha de pagamento atingir valores superiores a R$ 12 milhões por mês, com o objetivo de entrar forte na briga por títulos. Eles vieram com o Campeonato Mineiro que o Cruzeiro não conquistava desde 2014 e o Hexa/Bicampeonato da Copa do Brasil, gerando uma premiação recorde de R$ 50 milhões para o campeão. É nesse ponto que quero chegar.

Com mais de R$ 90 milhões movimentados entre bilheteria e premiações, Itair Machado disse em entrevista a Radio 98 que o Cruzeiro precisará de mais R$ 20 milhões para fechar o ano. Ou seja, mesmo com o título, a conta não vai bater. Entre 2013 e 2014 também tivemos prejuízos semelhantes com a política de agressividade no mercado, gerando déficits de 20 milhões em 2013 e algo em torno de R$ 35 a 40 milhões em 2014¹. Contudo, o Bi Campeonato Brasileiro e a venda de jogadores como Ricardo Goulart, Lucas Silva, Everton Ribeiro, Nilton e Egídio renderam aproximadamente R$ 85 milhões. A diferença está aí².

Já em 2018, os R$ 21 milhões gastos em Bruno Silva, David e Mancuello fariam rigorosamente nenhuma diferença no hexa se não tivessem existido. O clube poderia ter sido campeão gastando muito menos. É claro que falar isso agora, quando a temporada acabou e nenhum deles deu resultado soa até como oportunismo, visto que pelo menos 80% da torcida aprovou os reforços, mas isso deve servir como alerta para não repetir os mesmos erros em 2019, desde uma melhor avaliação na hora de contratar até um possível plano B para, caso deem errado, buscar uma solução. Pela idade elevada dos contratados, podemos dizer que apenas David sinaliza uma possibilidade de recuperação do investimento.

Que os erros no primeiro ano de gestão “Wagner Pires de Sá” sirvam de aprendizado para não repeti-los em 2019.

Vale ressaltar que o primeiro ano de trabalho de uma diretoria costuma ser de mais erros do que acertos, algo natural para quem está chegando em um clube tão gigante como o Cruzeiro e conhecendo o Modus operandi do trabalho. Isso também aconteceu nas gestões anteriores. Agora, a cota de erros precisa ser inferior a de acertos.

Por isso, não insistiria na política de contratar medalhões na próxima temporada. Já temos um time experiente e dificilmente vamos recuperar o dinheiro gasto em 2018. Além de diminuir o erro, deve-se pensar também em retorno financeiro de jovens aliado ao rendimento técnico, como 2014 deixou de lição. Jogadores jovens que fazem boa temporada rendem dinheiro, veteranos apenas retorno técnico e, por mais que não seja um banco que visa lucro, o clube precisa respirar financeiramente para não sofrer depois.

Saudações celestes

#MeDibre

Fotos: Cruzeiro Esporte Clube/Flickr Oficial.

Referências:

1. – Alerta ligado: balanço no vermelho deixa o Cruzeiro em estado de atenção. Consultado em 25 de outubro de 2018.

2. Cruzeiro lucra mais de R$ 85 milhões em vendas. Consultado em 25 de outubro de 2018.

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