FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Sem vencer há oito jogos e na zona de rebaixamento da Série B, o Cruzeiro de Mozart atingiu a pior série sem vitórias desde o fatídico 2019 e também a pior seca de gols desde que foi rebaixado. Após o empate sem gols contra o Vila Nova, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), em Goiânia, o time celeste chegou ao terceiro jogo consecutivo sem marcar gols. A conta poderia ser pior já que nos últimos seis confrontos a Raposa marcou apenas no empate em 3 a 3 contra o Botafogo, pela 11ª rodada.
Além disso, um problema crônico segue pendente no elenco: a baixa produtividade dos atacantes, principalmente os titulares Rafael Sobis e Bruno José. Titulares com Felipe Conceição ao longo do primeiro semestre e peças presentes em praticamente todos os jogos com Mozart, a dupla soma 25 partidas na temporada e quatro gols marcados (dois cada um), média de um tento a cada 12 partidas. Após o revés de 1 a 0 para o Remo, no Pará, pela 13ª rodada da Série B, Rafael Sobis – uma das principais referências do elenco – saiu em defesa do técnico Mozart, muito criticado pela torcida pela série de jogos sem vitória e escolhas questionáveis na montagem da equipe.
Eu falo mesmo, não tenho medo de falar, assim foi toda a minha carreira. Não existe desgaste nenhum, é um cara muito trabalhador, um cara que nós atletas estamos fazendo de tudo para dar o resultado que ele merece, por tudo que ele tem feito. A situação é difícil por N motivos, mas nós jogadores precisamos assumir nossa responsabilidade. Não adianta ficar trocando e trocando, foi assim nos últimos anos e nada mudou. A gente tem que ter um caminho, todo mundo olhar para o mesmo objetivo, se fechar cada vez mais e tentar crescer na competição, disse o atacante após o jogo contra o Remo na última terça-feira (20/07).
Dentre os atacantes frequentemente utilizados, Rafael Sobis é o que vive um jejum mais prolongado. O último gol marcado pelo veterano foi na derrota por 2 a 1 para o América-MG no confronto de ida das semifinais do Campeonato Mineiro, no dia 02/05. Já são 15 jogos (titular em 14) sem balançar as redes e quase três meses de jejum.
Saída de Matheus Barbosa escancara baixa produtividade dos atacantes
A saída do volante Matheus Barbosa para o Atlético-GO na semana passada escancara a baixa produtividade dos atacantes da Raposa. Era o artilheiro da equipe na temporada com sete gols marcados em 27 jogos. Sem o volante, o novo posto de artilheiro em 2021 ficou com Felipe Augusto, com quatro tentos anotados em 27 partidas, dois na Série B. O atacante é utilizado frequentemente pela ala esquerda e não goza de prestígio com o torcedor. William Pottker, contratado pelo Al Wasl, dos Emirados Árabes, segue sendo um dos artilheiros no ano com 3 gols marcados em 11 jogos.
Pottker não atua mais pelo Cruzeiro desde Maio, mas segue como um dos maiores goleadores do setor ofensivo com 3 gols anotados em 11 jogos. Um a menos que Bruno José e Sobis juntos. Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Na Série B, Matheus Barbosa é o artilheiro com 4 gols marcados. Marcelo Moreno, com os dois anotados contra o Botafogo, é o vice-artilheiro ao lado de Felipe Augusto. Guilherme Bissoli marcou apenas uma vez em oito jogos, enquanto Bruno José também tem um tento anotado em 14 partidas. Dudu, Thiago e Stênio ainda não marcaram nenhuma vez. Apesar de ter o 5º melhor ataque do torneio, apenas 7 gols foram marcados por atacantes. Entre a derrota para o CSA na 7ª rodada até o empate contra o Vila Nova na 14ª, apenas Marcelo Moreno (2 contra o Botafogo) e Felipe Augusto (1 contra o CSA) balançaram as redes.
Enquanto não corrige a pontaria e aumenta seu repertório ofensivo, o Cruzeiro segue sua “via crúcis” na Série B. Com o jejum de vitórias e gols, o time de Mozart convive com a zona de rebaixamento – é o vice-lanterna com 12 pontos em 14 jogos – e terá a oportunidade de quebrar essa sequências ruim diante do Londrina, 18º na tabela e segundo pior ataque do torneio (13 gols em 14 jogos), no próximo sábado, às 21h30, no Mineirão.