O Cruzeiro saiu em desvantagem na semifinal da Copa do Brasil. Diante de um Mineirão lotado, a equipe de Leonardo Jardim teve atuação apática e foi derrotada por 1 a 0 pelo Corinthians, no jogo de ida, nesta noite de quarta-feira. Após o apito final, o treinador concedeu entrevista coletiva e analisou o desempenho celeste, falou sobre as dificuldades para o duelo de volta e reafirmou confiança na reversão do placar em São Paulo.
Jardim iniciou sua avaliação reconhecendo a má atuação da equipe, sobretudo antes do gol corintiano.
“Minha opinião é que até o gol do Corinthians, não estivemos bem. Não estivemos bem na agressividade, no passe, falhamos muito. Mas aos poucos melhoramos e na segunda parte melhoramos bastante. No segundo tempo, não teve efetividade no passe e na finalização. O volume de jogo foi pouco, não se jogou 45 minutos, muito parado, o adversário parava o jogo, dava um toque, deitava no chão… jogamos menos de um tempo. O que eu disse aos jogadores foi o seguinte: ‘muita gente dizia que ia ser fácil. Mas uma semifinal de uma Copa, com duas equipes de camisas pesadas, não há jogo fácil. Acredito que essa equipe, ao longo do ano, foi ganhar fora de casa, pode ir ganhar desse adversário e classificar. É focar, recuperar bem e fazer um jogo a lá Cruzeiro para classificar.'”
Para o duelo na Neo Química Arena, o técnico acredita que o Cruzeiro pode fazer um jogo capaz de incomodar o Corinthians.
“Vamos fazer um jogo na casa do adversário que vai ser incômodo para o adversário. Ele não pode atacar, vai jogar no nosso erro, mas essa equipe fez alguns pontos fora de casa, jogos importantes contra equipes boas. Eu tenho total confiança nesse grupo que já mostrou que pode ganhar em qualquer campo. É o que vamos fazer. Tem 90 minutos e estamos perdendo de 1 a 0, vamos tentar reverter a situação. O time não foi agressivo e errou muitos passes, falta de efetividade nos duelos.”
Jardim também explicou a situação de Villalba, que ficou mancando em campo após um choque com Yuri Alberto, ainda nos minutos finais do primeiro tempo, mas permaneceu em campo até o intervalo.
“O Villalba teve um problema perto dos 40 minutos e o próprio assumiu que estava bem. Mandamos aquecer o Jonathan, mas verificamos que estava bem. E fazer uma mudança aos 45, uma substituição, e perder uma parada… mas com certeza, ele esteve com dificuldade nos minutos. Mas ele assumiu que estava bem. Mas o doutor teve lá, o doutor disse que o jogador queria tentar. Mas a seguir avaliamos no intervalo e não estava.”
Além do zagueiro, o Cruzeiro também não terá Lucas Romero, suspenso, no jogo de volta. Ainda assim, Jardim afirmou ter alternativas suficientes.
“Nós temos alguns jogadores que vão jogar, diferente desses dois. Temos Walace, M. Henrique, que podem fazer a função, temos também o Jonathan Jesus que atuou nos 45 minutos. Não preocupa, o elenco mostrou ao longo da temporada que temos jogadores para essas saídas.”
O treinador também deixou um recado direto à torcida, lamentando a ausência de apoio na Toca da Raposa II antes do jogo.
“Eu achava que teríamos o apoio na Toca da Raposa antes desse jogo e não tivemos. Peço aos nossos torcedores que nos deram um apoio grande nos últimos jogos da Copa do Brasil, que façam para motivar esse pessoal. O trabalho que fizeram em todo ano merece essa motivação final, para a gente conseguir chegar em mais uma final da Copa do Brasil.”
Questionado sobre utilizar o zagueiro Wanderson, recém recuperado de uma lesão, Jardim ponderou.
“É um jogador que está fora há algum tempo. Se for 10 ou 15 minutos pra ajudar, principalmente em termos defensivos, pode ajudar. Mas temos o Sinisterra que está fresco, o Christian, jogadores para iniciar nesta posição.”
Sobre o desempenho celeste na etapa final, o treinador reconheceu que a equipe poderia ter produzido mais.
“Nós queremos sempre fazer mais e melhor. Mas vocês sabem que eu tenho uma forma de pensar futebol. O passado e as conquistas não são efetivas para os jogos. Cada jogo é uma nova realidade. Temos que dar méritos ao Corinthians, apresentou uma equipe competitiva, abdicou do Garro pra ter quatro volantes no meio de campo. E nós queríamos fazer melhor. Temos competência pra fazer melhor, mas o início eu acho que em termos de passe e efetividade, poderíamos ser mais próximos do que temos feitos. Agora é recuperar as forças e procurar nos próximos 90 minutos reverter e dar alegria aos torcedores e cumprir o objetivo de chegar à final.”
Indagado sobre os bastidores recentes envolvendo o clube, Jardim evitou ampliar o tema.
“Sobre esse assunto, não vou falar mais. O importante é focar nesta Copa do Brasil, na responsabilidade que temos e no que queremos fazer. Nossa equipe é experiente. No final da temporada sempre existe barulho, em todas as equipes. E quem vive sabe como gerir essa situações.”
Jardim encerrou a coletiva reforçando que a classificação passa também pelo aspecto psicológico.
“O trabalho psicológico, com certeza, pra ganhar essa Copa vai ser preciso um trabalho mental forte. Vai haver sacrifício, problema físico, jogadores que precisarão entrar no próximo jogo. Isso vale muito no aspecto mental, concentração, atitude. Fundamental. Não só para nós, para todos.”