O Cruzeiro encerrou sua participação no Campeonato Brasileiro com derrota por 3 a 0 para o Santos, neste domingo, na Vila Belmiro. A Raposa entrou em campo com uma formação totalmente reserva, preservando a equipe titular para o duelo contra o Corinthians, na próxima quarta-feira, no Mineirão, pela ida das semifinais da Copa do Brasil. Mesmo com o revés, a equipe celeste terminou o Brasileirão em 3º lugar, com 70 pontos, garantindo vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2026.
Após a partida, o técnico Leonardo Jardim explicou a escolha por escalar um time alternativo e avaliou o desempenho da equipe. Segundo ele, a prioridade era chegar em “melhor versão” para o confronto decisivo da Copa do Brasil.
“Eu acho que o jogo, até o primeiro gol, nós tivemos bem. Depois sofremos um gol de bola parada e a equipe se perdeu. Voltamos a sofrer um gol na segunda parte. Disse aos jogadores: não é fácil mudar os 11 e eles mostrarem rendimento. Muitos destes são jogadores importantes do Cruzeiro e do futebol brasileiro, aquela coluna central, no início da época, quase todos titulares. M. Henrique, Walace, João Marcelo, Jonathan, Gabriel, Eduardo… com certeza uma equipe que não tem dinâmica de jogo. É sempre difícil. Mas não poderíamos fazer de outra forma, devido à responsabilidade que temos do jogo do Corinthians. Tivemos que fazer a gestão de 11, 12 jogadores, pra que a gente se apresente quarta-feira na melhor versão. E nós queremos ser competitivos, nossos torcedores já compraram todos os ingressos, Mineirão cheio e tentar fazer um bom jogo, com o objetivo claro de vencer pra ganhar vantagem. É uma camisa grande do outro lado, já ganhou o campeonato Paulista, tem qualidade, é um jogo 50-50, duas grande equipes.”
Jardim também destacou que a partida serviu para observar jogadores menos utilizados ao longo da temporada, mas fez questão de separar o momento atual de qualquer análise futura de elenco.
“Todos estes jogadores são importantes no Cruzeiro, mas uma coisa é amanhã precisarmos de chamar o Walace, o João, ou qualquer um dos outros, integrá-los à equipe, é uma coisa; outra coisa é associar os jogadores que não jogam ao mesmo tempo. Porque ao longo da temporada, muitos foram utilizados, Jonathan jogou vários jogos, o Prates jogou, todos eles jogaram de forma integrada. Estes jogadores são sempre soluções e acho que eles têm contrato, são elementos importantes, mas não estamos pra falar do futuro e sim do presente. O presente é preparar para o jogo do Corinthians.”
O treinador também fez um balanço da campanha do Cruzeiro no Brasileirão, destacando o desempenho acima das expectativas externas e a recuperação do orgulho da torcida.
“Acho que é um campeonato em que os favoritos ganharam. E depois ficaram dois outsiders, o Mirassol, que eu avisei que era uma equipe competente, algumas pessoas desvalorizaram. E depois o outro foi o Cruzeiro, que estava na lista das equipes que iam jogar do 10º lugar pra baixo, que vocês jornalistas disseram. Conseguimos um lugar no pódio, melhor colocação desde 2014, e conseguimos recuperar o orgulho do cruzeirense. Esse é o caminho para que, no futuro, o Cruzeiro continue ao mais alto nível.”
Sobre sua permanência e o planejamento interno, Jardim adotou postura discreta e reforçou o foco total na Copa do Brasil:
“As conversas, já falei, nosso presidente sabe o que vai acontecer. Ele que tem total responsabilidade e pronto. O resto é importante focar no que falta, que é a Copa do Brasil, um objetivo coletivo, estar 200% pra ultrapassar esse Corinthians.”
O técnico ainda comentou as ausências de Sinisterra e Arroyo, preservados, e antecipou que a escolha da equipe titular para quarta-feira seguirá a lógica do que funcionou ao longo da temporada.
“Sinisterra jogou 65 minutos no último jogo, teve uma carga maior, o Arroyo jogou mais um pouco hoje, estava a preservar por causa da lesão. São dois jogadores que dão qualidade ao corredor do lado esquerdo; o resto, em termos estratégicos, normalmente avançamos com a equipe que tem um histórico de competência ao longo da temporada.”
Jardim também falou sobre a utilização dos jovens da base na partida, reforçando que a observação faz parte do processo, mas que não pretende acelerar etapas.
“São garotos que nós acompanhamos, a temporada deles já parou, já recomeçou e eu não estou muito próximo da base por conta da parada, por motivos estratégicos também. Alguns mostraram que são alternativas para o futuro, mas são meninos ainda, não podemos expor a carga da responsabilidade em cima deles.”
Agora, o foco do Cruzeiro é total na Copa do Brasil. A semifinal contra o Corinthians começa nesta quarta-feira, no Mineirão lotado, em busca de vantagem no primeiro jogo rumo à final.