
O técnico Leonardo Jardim analisou o empate do Cruzeiro por 1 a 1 diante do Mirassol, neste domingo (18), pela 20ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Em coletiva após a partida, o treinador destacou as limitações do elenco devido a desfalques importantes, justificou as poucas substituições realizadas, criticou a arbitragem por não marcar pênalti a favor da Raposa e projetou a sequência da equipe, que terá duelo contra o Internacional antes de encarar o clássico da Copa do Brasil.
Sem seis jogadores — entre eles os laterais direitos, além de Kaiki, Romero, Christian e Marquinhos —, Jardim explicou que as alterações durante o jogo foram feitas mais por necessidade física do que por estratégia.
“Deixar bem claro as nossas limitações pra esse jogo. Sem seis jogadores. Dois laterais, mais o Kaiki, mais o Romero, mais o Christian, mais o Marquinhos. E tivemos que arranjar a equipe da melhor forma. E a gestão da equipe nas substituições, mais do que de ordem estratégica, foi ver como que eles aguentavam que é pra gente mudar. Se tivéssemos hoje mais um meia, teria entrado mais cedo, porque o Lucas estava cansado. Tinha tirado os laterais, porque estavam com alguma dificuldade e não podia gastar substituições antes de terminar o jogo. Se eu faço antes, o Prattes faz aquele sinal (de mudança) que não pode aguentar mais. Temos que gerir até aguentar até o fim. No fim já não havia mais nada pra fazer. Hoje não foi um grande jogo de futebol, essas limitações tivemos que gerir da forma que gerimos. Walace aguentou 60 minutos, Matheus Henrique entrou no corredor pra ajudar. Acabamos por gerir da melhor forma. Se eu tivesse que colocar o Gamarra de lateral esquerdo, alguém de direito, talvez o Murilo, e tivesse que fazer essas trocas e perdesse o jogo, todos estavam falando que não tínhamos solução. Acho que foi positivo.”
O técnico também comentou sobre a diferença de ritmo entre o primeiro e o segundo tempo.
“A intensidade caiu na segunda parte pelos fatores eu disse. Entraram jogadores que não tem rodagem para jogar 90 minutos. Isso acontece no Cruzeiro, no Barcelona, acontece com quem não joga. Ninguém esperava que o Walace fizesse o jogo todo, nem o Matheus Henrique. Uma coisa é as pessoas de fora que não tem o conhecimento da causa, outra coisa somos nós que estamos ali dentro e gerimos da melhor forma. Mantendo um equilíbrio até o fim.”
Assim como a diretoria, Jardim questionou a decisão da arbitragem em não marcar pênalti em lance no início da partida.
“A situação é fácil de analisar. A bola toca na coxa e no braço. O pênalti vem a seguir, eu não sabia que poderia fazer manchetes de vôlei dentro da área. O que que eu vou fazer? Ontem vi uma expulsão num jogo que o jogador abriu os braços e foi expulso. Hoje vejo isso e não é chamado. O futebol brasileiro tem que tomar algumas medidas, se não as pessoas começar a desacreditar no VAR. Vou dar uma ideia, os treinadores deveriam ter duas opções para pedir a revisão dos lances pelo árbitro. As vezes chama, as vezes não chama. Tudo a gente vê no estádio.”
Com ambos os laterais direitos lesionados, o treinador admitiu incerteza sobre a solução para o próximo compromisso: “Ainda vamos esperar que o tempo corra e vamos ver. Infelizmente, temos dois jogadores pra lateral direita e temos os dois lesionados ao mesmo tempo. Vamos ver qual será a solução.”
O Cruzeiro enfrenta o Internacional antes de voltar as atenções para o clássico da Copa do Brasil. Jardim garantiu que a equipe não abrirá mão do Brasileirão.
“O Cruzeiro tem um jogo contra o Internacional, que na nossa casa, depois do jogo contra o Santos, a gente tem que procurar os três pontos. Temos que estar no máximo da nossa força. A partir daí temos 3 dias pra preparar a Copa do Brasil. Não estamos em condições de abdicar do Campeonato. Se tivéssemos em 12o lugar, até poderíamos ter essa perspectiva, mas com a nossa posição e com o nosso objetivo, não podemos abdicar. Temos que ir com máxima força.”
Jardim também comemorou o reconhecimento de atletas celestes na lista de pré-convocados da Seleção.
“Fico satisfeito. Jogadores tem seu trabalho valorizado. Todos tem feito uma excelente temporada. Fico feliz quando tempos jogadores na Seleção. Fico com enorme satisfação. Brincava com Kaiki e falava ‘um menino que no início da temporada nem era opção, hoje em dia ta na Seleção Brasileira’, como o Kaio que era desvalorizado no início da temporada. Temos que estar todos satisfeitos com a trajetória desses quatro (Fabrício Bruno, Kaiki, Matheus Pereira e Kaio Jorge).”