O Cruzeiro empatou por 1 a 1 com o São Paulo na noite deste domingo, no Morumbis, pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico Leonardo Jardim analisou o desempenho da equipe, ressaltou a importância do ponto conquistado fora de casa em meio à sequência ruim e comentou a opção por manter Gabigol no banco de reservas.
Jardim iniciou a entrevista lembrando a dificuldade histórica do Cruzeiro em vencer o São Paulo como visitante e elogiou a postura da equipe, que teve mudanças significativas em relação à derrota para o Mushuc Runa, na Sul-Americana.
“Eu sabia que há vários anos o Cruzeiro não ganha aqui. Que é sempre competitivo. O mais importante hoje é que a equipe fez um jogo competitivo, atitude, teve alguns períodos em que defendemos em bloco, em que tivemos a bola, acabamos o jogo em cima do adversário, que só saia em contra-ataque. Os jogadores estiveram de parabéns. Sobre as mudanças, todos os jogadores desse grupo são importantes e, quando entrarem, mostrarem aquilo que os que entraram mostraram”.
Sobre o empate, Jardim reconheceu que o resultado não é totalmente satisfatório, mas valorizou o desempenho da equipe contra adversários considerados fortes no início da competição.
“O ponto, com certeza não satisfaz, mas um ponto contra Botafogo, Palmeiras, São Paulo, equipes top do Brasileiro, é um resultado positivo. Em segundo lugar, é importante mais que o ponto, a forma de abordagem do jogo, uma forma diferente de estratégia”.
Jardim ainda refletiu sobre seu estilo de trabalho e a necessidade de adaptação: “As vezes começo a questionar se sou a pessoa certa e todos me conhecem como treinador, as vezes tenho dificuldade de perceber se o meu perfil é o adequado pra um modelo diferente. Tenho 30 anos de futebol e dificilmente vou mudar aquilo que vou trabalhar e desenvolver na minha vida. Tenho que mudar e adaptar, mas a ideia base está lá presente.”
Apesar de reconhecer que ainda há aspectos a serem corrigidos, Leonardo Jardim destacou a satisfação com o empenho da equipe e agradeceu o apoio da torcida celeste presente no Morumbis.
“Toda torcida gosta de uma equipe com empenho. As vezes a torcida não cobra só vitória, cobra empenho, atitude. Quero agradecer ao apoio dos que tiveram aqui em São Paulo, foram importantes. Quanto mais a torcida gosta da minha equipe agressiva, ganhe duelos, quando tem a bola, que tenha decisão com qualidade, eu pretendo o mesmo”.
Por fim, o treinador comentou sobre a pressão no futebol brasileiro e a necessidade de as equipes demonstrarem qualidade dentro de campo.
“Aqui no Brasil é pressão todos os dias. Vocês sabem o que aconteceu em Belo Horizonte. As duas equipes sabem, mais do que eu, que o futebol brasileiro vive da emoção à flor da pele, logo na quarta rodada. Mas os jogadores tiveram uma atitude dentro de campo que eu acredito que devem fazer. Não se joga falando. Até o papagaio fala, é preciso saber jogar”.