
FOTO: IGOR SALES / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O desembargador Manoel dos Reis Morais rejeitou o pedido de agravo de liminar feito por um grupo de conselheiros e associados do clube que pediam a suspensão da Assembleia Geral Ordinária, marcada para acontecer no próximo dia 2 de janeiro – aniversário de 100 anos do clube – que determinaria um novo conselho deliberativo.
O pedido do grupo se baseava em afirmações de que a diretoria do clube não teria respeitado todos os ritos e descumprido o estatuto ao convocar a Assembleia. A reportagem do DMD teve acesso ao pedido de agravo e às considerações dos autores. Um dos advogados que assina a peça é, inclusive, ex-membro da atual gestão: o deputado estadual Léo Portela, ex-superintendente de relações institucionais do Cruzeiro, que deixou a diretoria em outubro deste ano.
Além do possível descumprimento dos ritos e da suposta desobediência do estatuto, a peça ainda pontua uma possível “manobra política” como é tratada na inicial: “A manobra política é clara, os atuais dirigentes postergaram a convocação de eleição desobedecendo o Estatuto Social, sem qualquer autorização para tanto, surpreendendo todos os associados do Clube, impedindo que associados tivessem tempo necessário para a montagem de Chapa. Não se trata de um Clube de bairro, mas do Cruzeiro Esporte Clube com mais de 3 (três) mil associados e 9 milhôes de torcedores. O mínimo que se espera dos dirigentes que comandam o Clube é o cumprimento do Estatuto Social.”
Na decisão do magistrado, o desembargador diz que “Nesse contexto, não se pode afirmar que o princípio da publicidade foi violado tão somente porque o edital não foi afixado no painel de avisos, mormente pela excepcionalidade desse período de pandemia, em que o acesso à sede não se afigura como a única e principal forma dos Associados terem conhecimento do edital” e que “se ponderar que a AGO não foi antecipada, mas postergada, o que afasta o argumento de que os Associados interessados foram prejudicados em relação ao prazo para registro as chapas, uma vez que tiveram mais tempo para fazê-lo.”
O referido agravo não foi a única tentativa de pessoas descontentes com os rumos que o Cruzeiro vem tomando para impedir a realização da Assembleia do dia 2. No último dia 22 de dezembro um outro grupo de associados e ex-conselheiros também entrou na justiça pedindo a suspensão da Assembleia Geral Ordinária, mas não obteve sucesso.
O Cruzeiro publicou, através de seu site oficial, nesta quarta-feira (30) que a chapa Novo Cruzeiro – majoritariamente composta de nomes de aprovação do presidente Sérgio Santos Rodrigues e do presidente da mesa diretora Nagib Simões – será eleita por aclamação, por ter sido a única inscrita.