
FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
A saída do técnico Mano Menezes é praticamente inevitável. Nos próximos momentos, o Cruzeiro deve informar oficialmente a demissão em comum acordo com o técnico bicampeão da Copa do Brasil. É evidente que em campo as coisas não vinham funcionando e a responsabilidade por trás dos resultados é, sim, do treinador e sua proposta de jogo. Mas diante de um cenário tão conturbado dos bastidores, a saída do treinador é benéfica?
Não acho que exista uma resposta certa e convincente nesse ponto. A princípio, acreditei que a saída do Mano seria o bode expiatório perfeito para a diretoria alternar o foco. Demitir o treinador e abrir espaço para que a torcida sinta que algo está sendo feito, ou até mesmo buscar pelo apoio inicial gerado pela chegada de um novo nome. Tudo isso me fez pesar sobre a real necessidade de se demitir um dos poucos quadros profissionais no clube.
Entretanto, fica também a visão de que o técnico era um dos maiores escudos da atual diretoria. Por conta dele se justificava um alto valor de comissão técnica, reforços caros e boa parte dos desmandos administrativos que vinham sendo feitos no futebol. Mano é responsável direto pela pior campanha da história do Cruzeiro nos pontos corridos e está há 9 jogos sem vencer – sem apresentar qualquer sinal de melhora em sua forma de jogar.
Mano Menezes, ao meu ver, se encaixa(va) dentro daquele ditado “ruim com ele, pior sem”. Talvez seja indício de uma síndrome de estocolmo. A princípio, o futuro é muito obscuro e é difícil não imaginar que a tendência, caso a saída realmente se concretize, é buscar por técnicos “resultadistas” para livrar o Cruzeiro da atual situação que já faz o clube jogar por uma campanha recuperação durante o Brasileiro. Cenário parecido com o que vivemos em 2011, numa constante troca de treinadores que precisavam correr contra o tempo para conseguirem resultados, independentemente da forma de jogar.
Muito além do campo, precisamos de uma limpeza também nos bastidores. O problema que se reflete nas quatro linhas, vai muito além. É estrutural. Que a saída do Mano seja apenas a primeira, porque a falta de comando e tudo mais que vem sendo feito pela atual administração, prejudicando o Cruzeiro em todas as áreas, está em quadros limpos para qualquer torcedor enxergar.