MARATONA DE VIAGENS E DESGASTE

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FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

O início de temporada do Cruzeiro apresenta diversas complicações, que vão desde a formação do time, até a chegada de reforços e problemas administrativos e financeiros herdados da última gestão. Mas um adversário específico tem sido o grande problema desses primeiros momentos de futebol: o calendário.

Isso porque em pouco mais de 20 dias, só no mês de fevereiro, o Cruzeiro terá viajado mais de 8.350 quilômetros sem contar os deslocamentos internos. Pelo Campeonato Mineiro já foram mais de 1.100 km nas partidas contra o Tupynambás (Juiz de Fora) e Patrocinense (Patrocínio) e mais 746 km somando ida e volta para enfrentar a Tombense (Tombos) em jogo remarcado da segunda rodada. Vale ressaltar que todos esses trajetos são feitos por ônibus. A maior distância, essa percorrida de avião, foi até Boa Vista (RR), onde o Cruzeiro enfrentou e empatou com o São Raimundo pela Copa do Brasil. Confira os números:

? 532 km (ida e volta de Juiz de Fora/MG) – 02/02

✈️ 6.238 km (ida e volta de Boa Vista/RR) – 13/02

? 834 km (ida de volta de Patrocínio/MG) – 16/02

? 746 km (ida de volta de Tombos/MG)* – 20/02

* Será a segunda vez que o Cruzeiro irá percorrer esse em menos de um mês, uma vez que o time chegou a viajar para Tombos no dia 25 de janeiro, mas devido às condições climáticas a partida da segunda rodada foi adiada.

O técnico Adilson Batista expressou ontem em sua coletiva, logo após o fim do jogo contra o Patrocinense, seu descontentamento com a Federação Mineira de Futebol e a CBF: “Não tivemos um sono correto na sexta-feira, já que voltamos de Roraima na madrugada e tivemos um desgaste em que tivemos que viajar por 18 horas, com a Federação nos ‘ajudando’ ao marcar um jogo que não era para ser marcado e aí vai sentindo Alexandre Jesus, o Valdir, além do Edílson. Tudo isso é parte do processo e precisamos entender isso. Ter calma e paciência.”

É notório que o condicionamento físico é um dos grandes problemas do Cruzeiro nesse início de temporada. Boa parte do elenco, formado por garotos das categorias de base do clube, não tiveram o tempo de descanso devido e não estão acostumado com essa rotação de jogos do profissional. Até mesmo os reforços, que não acompanharam todo o processo de pré-temporada, apresentam problemas de condicionamento. O exemplo fica pelo alto número de lesões já constatadas nesse início e a alta rotatividade de jogadores tanto no time titular quanto no banco de reservas. Felipe Machado, por exemplo, não atuou nas duas últimas partidas.

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