
FOTO: IGOR SALES / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (8), o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, comentou sobre diversos assuntos de sua gestão e sobre a situação atual do futebol. Em determinado momento da coletiva, Sérgio citou que a Kroll, empresa privada de investigação, responsável por investigar os contratos da gestão passada, não teria sido paga. O presidente disse que a o valor a ser pago está parcelado e que uma suposta ajuda de um “grande torcedor cruzeirense”, dita na época pelo Conselho Gestor, não teria acontecido.
Durante o mandato do conselho gestor frente ao Cruzeiro, a empresa foi contratada com o intuito de esclarecer e apontar possíveis fraudes e crimes cometidos dentro do clube durante a gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá. Ao final das investigações, um relatório de mais de 600 páginas foi confeccionado e entregue ao Ministério Público de Minas Gerais, com o intuito de reforçar as denúncias que já existiam contra ex-dirigentes e empresários que poderia ter, além de lesado o clube, cometido crimes de ordem tributária e penal.
Kris Brettas, ex-superintendente jurídico do Cruzeiro durante a gestão do Conselho Gestor, publicou em seu twitter que, na realidade, o que aconteceu foi uma doação por parte de um “grande Cruzeirense” para pagar parte da auditoria da Moore – responsável pela demonstração contábil que apontou um deficit na casa dos R$400 milhões – e que foi conseguido um patrocínio para o pagamento integral do contrato realizado com a Kroll, empresa de investigação citada na coletiva pelo presidente.
Você pode conferir a sequência de tweets abaixo:
Hoje a mídia noticiou que o presidente do Cruzeiro afirmou que: um grande Cruzeirense não pagou a Kroll pelo serviço de investigação contrato à época. Na verdade o grande Cruzeirense doou 50% do valor cobrado pela auditoria Moore, pedindo que fosse mantido o anonimato.
— Kris Brettas (@KrisBrettas) October 8, 2020
Nossa reportagem entrou em contato com Gustavo Gatti, responsável pelas áreas de marketing e patrimônio durante o período em que o Conselho Gestor esteve à frente do Cruzeiro, que explicou:
“Houve duas contratações: uma empresa de auditoria (Moore) que um grande cruzeirense que não quis se revelar pagou. Já a Kroll (empresa de investigação) foi contratada por um valor de 450 mil. Foram investigadas 10 pessoas com contratos acima de um valor específico. Isso foi feito com patrocínio de uma empresa de tecnologia de renome mundial, que também não aceitou colocar o nome dela no negócio e preferiu o anonimato. O valor desse patrocínio seria provisionado totalmente para a Kroll. Há o contrato carimbado quanto a isso, eu estive com o Edson Postch e com Renê Salviano lá na sede e isso foi mostrado.”
O Cruzeiro foi procurado através de sua assessoria para comentar sobre e aguarda resposta do departamento financeiro para se posicionar sobre o assunto.