FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O técnico Mozart chegou ao seu décimo jogo pelo Cruzeiro e o cenário não poderia ser pior. Sem vencer há seis jogos (duas derrotas e quatro empates), o desempenho do time não evoluiu em relação ao trabalho anterior, jogadores foram contratados e ainda estão estreando durante a Série B e a sensação é de que o cenário de 2020 se repete em 2021: A Raposa novamente brigará para não cair à Série C, e dessa vez não tem em vista um Luis Felipe Scolari para salvar. Mais do que isso: Na era “Sérgio Santos Rodrigues”, o aproveitamento atual do treinador o coloca a frente apenas de Ney Franco.
Mozart é o quinto treinador a trabalhar com o presidente Sérgio Santos Rodrigues, que assumiu o clube em 1º de junho do ano passado. Primeiro demitido, Enderson Moreira foi retirado do cargo após o empate com o CRB por 1 a 1, no primeiro turno da Série B do ano passado. O treinador comandou o time em 12 partidas, com seis vitórias, três empates e três derrotas. Um aproveitamento de 58%. Ney Franco, contratado para o seu lugar, foi desligado após sete jogos e 33,3% de aproveitamento (2 vitórias, 4 derrotas e 1 empate).
Com o time na zona de rebaixamento para Série C e próximo ao fim do primeiro turno, após vários convites negados, Luiz Felipe Scolari chegou a um acordo para assumir o desafio. O treinador comandou a equipe em 21 jogos e teve aproveitamento de 55,5%. A incompatibilidade de ideias com a diretoria pesou e um projeto que seria de três anos durou apenas três meses. O trabalho de Felipe Conceição durou 19 partidas. Foram oito vitórias, três empates e oito derrotas (aproveitamento de 47,3%). Acumulou a eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, a lanterna na Série B do Brasileiro e a queda na terceira fase da Copa do Brasil para o Juazeirense.
O Cruzeiro segue sem rumo e cada vez menos capaz de retornar à elite do futebol nacional. Coleciona vexames no campo e fora dele, a derrota pesada por 3 a 0 para o Avaí deixa claro que falar em acesso na atual temporada é sinalizar um total descolamento da realidade. Mozart chegou para trazer tranquilidade ao ambiente que, segundo fontes, se deteriorou com Felipe Conceição. Teve a tão esperada “semana cheia” para trabalhar e ajustar sua equipe. O resultado foi catastrófico. Seu time involuiu, segue com a pior defesa da competição e sem ideias no ataque que, quando as tem, desperdiça.
São dez jogos com escalações diferentes, jogador titular em uma partida e fora da lista de relacionados da outra, leituras durante os jogos cada vez menos assertivas e um aproveitamento que, como mostrado acima, supera – por pouco – o do pior técnico que passou pelo clube nos últimos meses. Os erros cometidos pela diretoria no ano passado se repetem em 2021, indicando que nada foi aprendido. O torcedor está cansado de sofrer e o desejo é apenas de mudanças para fazer, no mínimo, um campeonato sem luta contra o rebaixamento, já que acesso é algo distante da competência dos que hoje comandam o clube.